Qual a primeira coisa que você pensa em fazer quando o isolamento social arrefecer e, aos poucos, a vida social for retomada?
Fizemos esta pergunta para pessoas dos 17 aos 78 anos, com ocupações variadas: estudantes e aposentados, escritores e comerciantes, esportistas e designers de moda. Na reportagem de três páginas do Caderno Vida, que ilustra a contracapa da edição de Zero Hora deste fim de semana, algumas manifestações são inesperadas.
– Houve respostas que sintetizam vontades coletivas, houve respostas que comoveram, houve respostas que surpreenderam – diz Ticiano Osório, editor do Vida.
As pessoas estão sentindo falta do contato físico de familiares, do abraço e do riso dos amigos, mas também de caminhar pela cidade ou à beira-mar, de praticar seu esporte favorito ou de simplesmente curtir um cinema.
A reportagem desta semana é mais uma sob o selo Fique Bem no caderno Vida, que se transformou em um espécie de refúgio para a saúde mental – e também física – do leitor.
Na edição anterior, por exemplo, mostramos como fazer de sua casa uma academia para combater o sedentarismo, com sugestões de exercícios que usam cabo de vassoura, cadeira, sacola com livros ou mantimentos e até a parede como equipamento.
Além disso, Ticiano tem conduzido uma série de entrevistas para tentar ajudar as pessoas neste momento conturbado. O editor já conversou com as psicólogas Ana Maria Rossi, especialista em estresse e ansiedade, e Mara Lins, diretora do Centro de Estudos da Família e do Indivíduo, com o psicanalista Edson Luiz André de Sousa, que destacou a importância de criar e ampliar os espaços de vida (afetos, arte) enquanto a imagem da morte nos ronda, e com o pediatra Daniel Becker, conferencista internacional e colaborador da OMS e do Unicef, que recomendou aos pais pegar mais leve com os filhos e consigo mesmos.
– Não tem receita de bolo, e nenhum dos entrevistados fecha os olhos para as dificuldades que muitas pessoas têm, sejam financeiras ou psicológicas. Mas, de tanto conversar e ler sobre positividade, acabei, felizmente, contaminado. Passei a pegar mais leve com as filhas, a Helena, de 10 anos, e a Aurora, de seis, por exemplo, o que também reverteu em dias e noites mais tranquilos para minha esposa, a Bia – conta o jornalista.
No sábado passado, inspirado pela reportagem de Camila Kosachenco sobre malhação sem sair de casa, Ticiano venceu a preguiça que o dominava havia um mês, desde a entrada em teletrabalho, e voltou a correr. Respeitando o distanciamento social: em vez das calçadas e das ruas, a garagem do edifício é a pista. Como Ticiano, espero que você também esteja aproveitando as dicas úteis do caderno Vida.
•••
A partir da semana que vem, este espaço será ocupado pela jornalista Dione Kuhn, nova editora-chefe de Zero Hora. Ex-repórter especial e ex-editora de Política, Dione era responsável pela editoria de Notícias. Eu assumo a gerência de Esporte GZH, Rádio Gaúcha, Zero Hora e Diário Gaúcho. Boa sorte, Dione.