O basquete já foi o segundo esporte do Brasil. Para quem não sabe, nossa seleção masculina tem dois títulos mundiais, dois vices, dois terceiros e mais dois quartos lugares em Copas do Mundo, além de dois bronzes olímpicos. Sim, já fomos potência mundial e temidos! Algo como ocorreu com o futebol masculino.
E neste domingo (7), em Riga, na Letônia, vivemos uma tarde como nos velhos tempos. Bruno Caboclo, Lucas Dias, Gui Santos, Marcelinho Huertas, Léo Meindl, Yago, Georginho De Paula e seus colegas de time pareciam ter encarnado Wlamir Marques, Ubiratan, Amaury Pasos, Oscar Schmidt, Édson Bispo, Rosa Branca, Mosquito, Jatyr, Marcel, Edvar Simões, Hélio Rubens e tantos outros grandes nomes que ao vestir a camisa da seleção nos davam orgulho. Até mesmo o excelente ex-jogador e hoje treinador croata Aleksandar Petrovic lembrou Kanela e Ary Vidal. Vencemos a equipe da casa com autoridade e carimbamos o passaporte para os Jogos de Paris.
Nesta mesma manhã, na Rádio Gaúcha, ao apresentar o programa Domingo Esporte Show, afirmei que a derrota do basquete me entristeceria mais do que o novo fracasso da Seleção de futebol e argumentei que era pelo benefício do desenvolvimento da modalidade. Sim, porque a visibilidade para esses esportes é essencial. Isso vai gerar procura por meninos e meninas que poderão se inspirar nesses atletas, assim como já foi feito com a seleção feminina que, nos tempos de Paula, Hortência e Janeth, foi campeã do mundo e prata olímpica e que hoje, infelizmente, está sucateada.
Mas que esses exemplos de Bruno Caboclo, Lucas Dias, Gui Santos, Marcelinho Huertas, Léo Meindl, Yago, Georginho De Paula e seus colegas de time também sejam vistos por Savinho, Militão, Rodrygo, Andreas Pereira, Evanilson, Paquetá, João Gomes e outros menos votados que realmente acreditam ser mais importantes do que a camisa que vestem. Ouvir Endrick dizer "eles não precisavam estar na Copa América porque venceram a Champions" é um soco no estômago, mas ao mesmo tempo é entender o porque o futebol masculino brasileiro está cada vez mais decadente.
Sei que a vaga olímpica não nos transforma em força mundial de uma hora para outra nem em candidatos ao pódio em Paris. Mas ela tem muitos significados que precisam ser entendidos.
Viva o basquete ! Viva o esporte brasileiro ! E principalmente que se aplauda os atletas que têm vontade de vencer e que não estejam apenas preocupados com suas contas bancárias e redes sociais.