A recente troca de comando na Secretaria de Esportes e Lazer (SEL) do Rio Grande do Sul não agradou boa parte das federações esportivas, tanto que 16 delas protocolaram na Casa Civil uma "Carta Aberta do Esporte Gaúcho".
O documento é assinado pelos presidentes de 12 entidades de esportes olímpicos: judô, ginástica, boxe, atletismo, badminton, taekwondo, karatê, triatlo, remo, skate, handebol e patinagem, além da Federação Universitária Gaúcha de Esportes, do Centro de Referência Paralímpico e mais duas de esportes que não estão no programa olímpico: muaythai e kickboxing e futebol sete.
No texto, os representantes de 30 mil atletas gaúchos filiados a estas federações saúdam o trabalho que vem sendo feito pela pasta, que era comandada pelo deputado federal Danrlei de Deus e pelo diretor-geral Bruno Ortiz Porto, e ressaltam a importância da continuidade de projetos e apelam ao governador Eduardo Leite para que Ortiz permaneça no cargo para que os processos já iniciados sejam mantidos.
Algumas pessoas da área esportiva em contato com a coluna relataram preocupação com a troca e especialmente os movimentos que levaram à nomeação do novo secretário, Juliano Franczak, conhecido por Gaúcho da Geral.
Deputado estadual em segundo mandato, ele deixou a Assembleia para assumir o cargo e, desta forma, abrir vaga para o suplente Dimas Costa assumir a cadeira no legislativo. Dimas, que também integrou a SEL, como secretário adjunto, deixou o cargo em maio para concorrer a prefeito de Gravataí.
Porém, em uma manobra política, retirou-se para apoiar o agora prefeito reeleito Luiz Zaffalon, que foi apoiado pelo governador na eleição.
Em meio a tudo isso, Danrlei retornou a Brasília para exercer o cargo de deputado federal.
O que mais preocupa os dirigentes esportivos e da comunidade ligada a estas entidades é que o novo secretário adote uma linha distinta da que vinha sendo praticada no órgão. Um dos pedidos que está em fila é o SOS Esporte, lançado em maio com o objetivo de selecionar projetos de federações esportivas que tenham tido a estrutura utilizada ou o projeto afetado pela enchente de maio.
Algumas federações que já tiveram aprovação desses recursos estão no aguardo da liberação dos valores e chegam a dizer "que o prognóstico não é dos melhores".
Um outro temor relatado à coluna é da renovação de projetos que estão em vigor, alguns deles com editais já publicados e com prazo de inscrição em andamento. Todos afirmam que a carta não é uma crítica, mas que ela contém um tom de preocupação da comunidade esportiva gaúcha pela forma como a pasta foi tratada no processo das eleições municipais, assim como sequer terem sido ouvidos no processo.