Após um dia repleto de polêmicas e discussões a respeito do posicionamento do jogador Wallace de Souza, do Sada Cruzeiro e da seleção brasileira de vôlei, o clube mineiro mudou de postura e decidiu suspender o contrato do atleta de 35 anos por tempo indeterminado. A postura deve ser saudada, mas a demora para a tomada de posição chama atenção.
A pressão gerada pela repercussão da publicação feita pelo campeão olímpico, na qual ele sugeria que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levasse um "tiro na cara" em uma enquete compartilhada no Instagram, acabou sendo decisiva. Foi assim no caso de Maurício Souza, do Minas Tênis Clube, por conta de postagens homofóbicas em 2021. Na oportunidade, até mesmo patrocinadores se manifestaram contra o ex-jogador e recém eleito deputado federal por Minas Gerais.
Em uma primeira nota, o Sada Cruzeiro disse "lamentar a situação" e pregou cautela. O clube mineiro ainda disse que "as redes sociais podem parecer um espaço onde tudo está liberado" e que "a violência nunca deve ser exaltada ou estimulada".
Mas, com o passar das horas, os pedidos de providências acabaram forçando o clube a publicar nova nota, afirmando estar atento aos desdobramentos e ter "exigido do atleta a plena retratação". O que foi feito por Wallace em vídeo, no qual ele assume o erro por "um post infeliz".
Sendo assim, nos resta esperar que seja verdadeiro o pedido na nota do Sada Cruzeiro, de que "o episódio sirva de aprendizado para todos, com uma reflexão sobre o uso consciente das redes sociais, e da responsabilidade que cada um tem em disseminar bons valores". E que não seja mais um texto protocolar e fruto dos desdobramentos, como o próprio clube afirmou.
Em um país dividido ao extremo, o esporte deve ser um ponto de equilíbrio e dar bons exemplos, com ídolos passando mensagens positivas e não pregando discriminação e violência.