O jogador de vôlei Wallace de Souza, da seleção brasileira e atualmente no Sada Cruzeiro, sugeriu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levasse um "tiro na cara" em uma enquete compartilhada em sua conta no Instagram. A postagem foi apagada pelo atleta posteriormente.
Wallace de Souza fez uma série de postagens nas primeiras horas desta terça-feira (31) sobre a sua experiência em um stand de tiro, compartilhando inclusive a arma que mais gostou de usar. O atleta abriu a caixa de perguntas aos seguidores e foi questionado se "daria um tiro na cara do Lula". O jogador respondeu com uma enquete: "Alguém faria isso: sim ou não?".
Em nota, o Sada Cruzeiro lamentou profundamente a atitude e pediu desculpas pela publicação de Wallace, ressaltando a necessidade de cautela em manifestações nas redes sociais por causa do momento "delicado" do País. Mas não insinuou qualquer punição ao jogador. O atleta é apoiador declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas urnas pelo petista nas eleições de 2022 e entusiasta da ampliação do acesso a armas pela população.
"As redes sociais podem parecer um espaço em que tudo está liberado, sem muita avaliação das responsabilidades de interpretação, e isso é uma armadilha gigantesca", escreveu o clube. "Ressaltamos, principalmente, que a violência nunca deve ser exaltada ou estimulada".
Paulo Pimenta (PT), ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, afirmou em publicação nas redes sociais que acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) e que o Planalto vai tomar todas as atitudes necessárias. "Não vamos tolerar ameaças feitas por extremistas e golpistas!"
Procurada pela reportagem, a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) afirma que "repudia qualquer tipo de violência ou incitação a atos violentos, e entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como o respeito, a tolerância e a igualdade".
Após anunciar a sua aposentadoria da seleção brasileira, Wallace de Souza retornou ao time nacional no ano passado, quando ajudou a equipe comandada por Renan Dal Zotto a conquistar a medalha de bronze no Mundial de vôlei. O oposto de 35 anos também foi medalhista olímpico na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, e prata nos Jogos de Londres 2012. Com o Cruzeiro, o atleta foi campeão mineiro, da Supercopa, do Mundial de Clubes, do Sul-Americano e, por último, da Superliga.