Sempre é arriscado fazer previsões, ainda mais no esporte de alto rendimento. Porém, existem tendências que podem nos levar a um caminho e nos fazer seguir determinados atletas, através do desempenho em competições de base e de regularidade atingida em determinado momento de suas carreiras.
E é exatamente por esses fatores que arrisco dizer que temos no Rio Grande do Sul uma nadadora com potencial de pódio olímpico. Falo de Viviane Jungblut, do Grêmio Náutico União, que fará 26 anos na próxima quarta-feira (29), e que no atual Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos já foi finalista dos 800m e 1.500m livre nas piscinas e que já participou da prova do revezamento de maratona aquática, na qual o Brasil finalizou em 5° lugar, e foi sétima colocada nos 5 km.
O crescimento dos resultados e a melhora de marcas dão a noção do potencial existente e que ainda pode ser aperfeiçoado. Para se ter ideia, a hoje dona das provas de maratona aquática do mundo, a também brasileira Ana Marcela Cunha, só subiu no pódio olímpico em Tóquio, aos 29 anos. E a baiana sempre foi apontada, com merecimento, como uma das grandes nadadoras do planeta, tanto que sua vitória em Budapeste nos 5 km representou sua 13° medalha em mundiais.
O que fez Ana Marcela nesse período, a própria Viviane sabe, afinal elas disputam juntas várias competições mundo afora. E essa vontade de crescer, de se aperfeiçoar, estão em cada declaração feita por ela após as provas que já disputou.
Depois do Mundial, onde ainda vai nadar os 10 km nesta quarta (29), Vivi ficará na Europa para competir na etapa de Paris da World Series, o circuito mundial de maratona aquática, entre 9 e 10 de julho. Como me disse o técnico Kiko Klaeser, que a acompanha na Hungria, "mesmo que a prova não seja no mesmo local onde acontecerá a disputa olímpica, já dá pra sentir o cheiro (ar) de Paris".
Aliás, por falar nele, conversei com o Kiko para saber a análise da prova dos 5 km do Mundial e, mesmo que não seja uma prova olímpica, ela foi positiva.
— Ela nadou bem e esteve entre as primeiras. Falo que temos que criar estas oportunidades e hoje (segunda) foi um exemplo disto, ela quase chegou lá.
Para confirmar lugar nos Jogos Olímpicos, Viviane ainda terá que garantir a vaga no Mundial de 2023 em Fukuoka, no Japão, algo que escapou por detalhe para Tóquio, onde ela acabou disputando os 800m e 1.500m livre nas piscinas.
Se essa medalha virá em Paris-2024 ou até mesmo em Los Angeles-2028 não é possível garantir. Mas uma coisa certa, Viviane Jungblut tem todas as condições de fazer história.