O Mundial de Esportes Aquáticos começará a ser disputado na próxima sexta-feira (17), com o Brasil tendo uma delegação de 81 atletas, sendo 40 mulheres. E uma das principais nadadoras da equipe é Viviane Jungblut. A gaúcha esteve nos Jogos Olímpicos de Tóquio, onde competiu nos 800 m livre (24° lugar) e nos 1.500 m livre (20° lugar).
Na Hungria, a atleta nascida em Porto Alegre competirá nas duas provas de piscina e em outras três nas águas abertas, o revezamento 4 x 1.500 m, e os 5 km e 10 km. E para quem começou a carreira dando as primeiras braçadas na escolinha do Grêmio Náutico União e aos poucos foi ganhando o mundo, este é apenas mais um passo rumo ao grande objetivo, um lugar no pódio nos Jogos de Paris-2024.
— Nesse ciclo, optei pelas maratonas (aquáticas). Um cenário onde tenho mais chances de uma medalha olímpica. Meu foco é nos 10 km, que será a última prova do Mundial. A estratégia é diferente. Vou nadar com um volume (de treinos) mais alto no começo. Mas até agora os resultados tem sido bons — comentou durante entrevista organizada pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).
Viviane, aliás, acredita que nas provas de maratonas aquáticas, o Mundial tem um nível mais forte do que os Jogos Olímpicos.
— O Mundial é diferente dos Jogos Olímpicos. É uma prova mais forte porque tem mais atletas e boas nadadoras, o nível é mais alto. A seletiva olímpica normalmente começa no Mundial, como será em 2023 (em Fukuoka, no Japão). Nós temos o circuito mundial, as etapas de Copa do Mundo, mas o Mundial é mais forte —ressalta a 13ª colocada do campeonato disputado em Gwangju (Coreia do Sul), em 2019, e que por oito décimos não conquistou a vaga olímpica para esta prova.
Medalha de bronze nos 800 m livre e nos 10 km da maratona aquáticas dos Jogos Pan-Americanos de 2019, em Lima, no Peru, a nadadora gaúcha tem objetivos claros para Budapeste.
— Meu maior objetivo na piscina é pegar final. Chances de medalha estão distantes. Trabalho pra chegar mais perto (das finais). A maratona é um pouco diferente da piscina, cada prova é uma e é difícil comparar tempos, resultados. Meu último confronto foi o Mundial, onde todos chegaram juntos. Vou confiante. Não devo nada pra ninguém e independentemente de onde for, você tem que acreditar e nadar de igual pra igual.
No Mundial, Viviane Jungblut terá sua principal referência ao lado, a campeã olímpica Ana Marcela Cunha. Porém, ela garante que a admiração fica fora da água e que na hora de competir é algo a ser esquecido.
— Eu nadei ainda com a Poliana Okimoto (bronze no Rio 2016), em uma prova em 2017, quando me classifiquei com a Ana Marcela pro Mundial. Quando comecei a nadar, elas eram minhas inspirações. Ana é até hoje uma inspiração para o mundo, mas isso fica fora da água. Na água, vou ser competitiva. É uma oportunidade muito grande poder dividir experiências, treinos, estar aprendendo com ela é muito importante. Isso não só pra mim, mas para todas que estão vindo. Ter uma campeã olímpica fazendo história abre portas para as mulheres acreditarem que é possível.
Em Budapeste, Viviane cairá na água no dia 19 de junho para as eliminatórias dos 1.500 m. A final está marcada para o dia seguinte. Os 800m serão disputados nos dias 23 (eliminatórias) e 24 (final). Já as maratonas aquáticas serão disputadas em 26 de junho (revezamento), 27 de junho (5 km) e 29 de junho (10 km).
Coincidentemente, a principal prova de Vivi, como ela é chamada por todos na natação, será no dia em que completará 26 anos. Que seja o prenúncio de grande resultado.