Enquanto assistia à excepcional exibição de João Fonseca na semifinal do ATP Next Gen, diante do francês Lucas Van Assche, resolvi escrever esta coluna. E digito essas linhas antes mesmo de ele disputar a decisão no domingo (22), contra o americano Learner Tien, adversário contra o qual o brasileiro tem supremacia nos confrontos.
Acostumado apenas a idolatrar atletas que vencem sempre, o público brasileiro ainda não tem olhos para João Fonseca. Mas uma provável conquista em um torneio dessa importância, e que já teve Jannik Sinner, Carlos Alcaraz e Stefanos Tsitsipas como campeões, deve trazer holofote e atenção para o carioca de apenas 18 anos, ainda mais em um momento em que o futebol está em recesso.
Mas para aqueles que só agora começam a tomar conhecimento de quem é João Fonseca, saiba que o tenista carioca é uma das principais apostas da Associação de Tenistas Profissionais (ATP) para um futuro bem próximo. No ano passado, contra Learner Tien, ele venceu a final da chave júnior do US Open e se tornou campeão do Grand Slam de Nova York.
Para quem é mais afeito às competições de tênis, é mais prático saber que Fonseca participou da primeira conquista brasileira da Copa Davis Juniors e que, em 2023, fechou o ano como líder do ranking mundial da categoria. Em abril, ganhou elogios de Novak Djokovic. Maior vencedor da história do Grand Slam, o sérvio disse:
— Eu o vi jogar. Ele joga muito bem. Me lembra o meu jogo.
Pouco antes, Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros, que foi número 1 do mundo e campeão do ATP Finals, havia dito que João é "um menino que tem um tênis alegre. A capacidade que tem de gerar velocidade na bola é algo que chama atenção no mundo todo, vai além da nossa pretensão como brasileiro".
Mas vale lembrar que, apesar do começo de carreira fulgurante, João Fonseca não é Gustavo Kuerten, tampouco Novak Djokovic. Ele é João Fonseca, o que nada o impede de criar a própria história e marcar seu nome entre os principais da modalidade.