O Brasil tem apresentado um grande crescimento nas últimas edições de Jogos Olímpicos. E após a ótima participação em Tóquio, a ideia do Comitê Olímpico do Brasil (COB) é ganhar algumas posições no ranking e se aproximar cada vez mais do seleto grupo dos dez primeiros lugares.
No Japão, a delegação brasileira fechou em 12º lugar subindo um posto em relação aos Jogos de 2016 no Rio de Janeiro. E estar entre as maiores potências é algo cada vez mais palpável. Os recentes resultados em competições internacionais e a estrutura oferecida aos nossos atletas dão essa segurança.
Para a próxima edição dos Jogos, em Paris-2024, o COB já vem trabalhando e recentemente anunciou um acordo com a cidade de Saint-Ouen para montar a base de apoio do Time Brasil na França.
O local escolhido é muito próximo da Vila Olímpica (cerca de 600 metros) e o Brasil superou a Austrália na disputa para ficar na região norte da capital francesa. A escolha veio após visitas e avaliações de escolas, clubes e locais pré-determinados pelo Comitê Organizador.
Não são muitos os comitês olímpicos nacionais que tem essa prática de escolher um local exclusivo para treinamentos antes e durante os Jogos. Em Tóquio, a delegação brasileira ficou em Chuo e recebeu a visita do presidente da Pan-Am Sports, entidade que organiza os Jogos Pan-Americanos.
— Poucos países utilizam esse modelo. Nas Américas, além do Brasil apenas Estados Unidos e Canadá. Para você ter uma ideia, o presidente da Pan-Am Sports (Neven Ilic) nos visitou em Chuo e disse que pretende adotar a ideia para viabilizar um melhor desempenho para aqueles países que tem uma estrutura menor e que viajam com poucos atletas, que poderiam ficar todos num mesmo local — comentou o presidente do COB, Paulo Wanderley, em conversa com a coluna.
E neste bate-papo, o dirigente falou sobre como o Brasil pretende entrar no Top-10 dos Jogos.
— É difícil se manter no topo na alta performance. Mas nós estamos crescendo desde Londres, passando pelo Rio e chegando à Tóquio. A nossa expectativa para Paris é conseguir mais, dar uma passo à frente. O Top-5 é algo quase inatingível, mas chegar entre os 10 é possível.
Na França, nos últimos dias, uma delegação do COB tem participado de diversas reuniões na França para ajustar detalhes para a próxima Olimpíada. Um encontro com o diretor geral Comitê Organizador de Paris 2024, Etienne Thobois ocorreu e foram passados detalhes da escolha por Saint-Oen.
Em outra agenda, a visita brasileira foi ao Comitê Olímpico Francês (CNOSF) e a presidente Brigitte Henriques, o secretário-geral Didier Seminet e o diretor olímpico e de esporte de alto rendimento André Pierre Goubert para estreitar relações e parcerias, assim como a Vila Olímpica foi visitada e os brasileiros puderam entender melhor como vai funcionar o local e até mesmo ver quais serão os melhores prédios para que os atletas fiquem hospedados durante os Jogos.
— Estamos em fase de ambientação do espaço. Equipes irão treinar (em Saint-Ouen) e ter contato com a cidade. Termos interação com a comunidade, isto está no contrato. Estamos analisando tudo. Vamos contratar um escritório de advocacia especializado no esporte, para saber detalhes da legislação do país (França) e não sermos pegos de surpresa — conta Paulo Wanderley.