Pela primeira vez, o Brasil teve duas nadadoras em uma final da natação. Nesta segunda-feira (20), nos 1.500m livre, no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos em Budapeste, na Hungria, a gaúcha Viviane Jungblut (Grêmio Náutico União) e Beatriz Dizotti (Unisanta-SP) ficaram longe do pódio, mas fizeram história.
A medalha de ouro ficou com a norte-americana Katie Ledecky, que fez 15min30s15, e não deu chances para suas adversárias. Aos 25 anos, ela sagrou-se tetracampeã da prova mais longa das piscinas. A prata ficou com sua compatriota Katie Grimes, de apenas 16 anos, que terminou com 15min44s89. A australiana Lani Pallister levou o bronze ao completar em 15min48s96.
— Ela (Ledecky) é quase imbatível. Nadar com ela é muito importante. A prova não foi como eu esperava. Eu estou treinando bastante e ainda tem mais provas — disse Viviane, que ainda nadará os 800m livre e mais três provas das maratonas aquáticas (revezamento 4 x 1,5km, 5km e 10km), ao canal SporTV.
Beatriz Dizotti ficou uma posição à frente e acabou estabelecendo um novo recorde brasileiro com 16min05s25.
— Eu foquei em acertar todas as viradas, mas errei algumas. Foi um resultado que eu não esperava. Eu nunca tinha nadado os 1.500m em dois dias seguidos (eliminatórias e final). Agora é descansar, tirar férias e torcer pela Vivi— afirmou a atleta de 22 anos.
João Gomes Jr é desclassificado e Felipe França vai à final dos 50m peito
Uma das esperanças de medalha do Brasil em Budapeste acabou sendo frustrada nesta segunda-feira. Na segunda série semifinal dos 50m peito, o capixaba João Gomes Júnior (Pinheiros-SP), que havia feito o terceiro melhor tempo das eliminatórias, foi desclassificado. Segundo os árbitros, o nadador de 36 anos fez um movimento de pernada de borboleta na chegada e por isso não teve seu tempo validado.
Com a desqualificação de João, que havia sido prata no Mundial de 2017 e bronze no de 2019, quem acabou ficando com uma vaga na final foi Felipe França (Minas Tênis Clube), que nadou em 27s20.
— Está bem rápido (prova) pra mim. Eu já fui mais rápido. Mas nadei melhor que nas eliminatórias. Infelizmente teve a desclassificação do João, e é uma medalha a menos para o Brasil. Estou feliz porque não me classificava para uma final de Mundial há oito anos — comentou França, que foi campeão mundial em 2011 e vice em 2009.
Stephanie Balduccini e Leonardo de Deus param nas semifinais
Mais dois brasileiros nadaram nesta segunda e acabaram sendo eliminados nas semifinais. Nos 200m livre, Stephanie Balduccini foi a sexta colocada em sua série com 1min57s54 e terminou com a 12ª no geral.
Nos 200m borboleta, o sul-matogrossense Leonardo de Deus (Unisanta) fez 1min56s18 e bateu na borda da piscina na sexta posição da primeira prova, o que lhe rendeu a 14 ª colocação.
Recordes mundiais quebrados com destaque para nova geração
A primeira marca mundial estabelecida na competição foi conquistada pelo italiano Thomas Ceccon. O nadador de 21 anos fez 51s60 e baixou em 0s25 a marca que pertencia ao norte-americano Ryan Murphy, prata com 51s97. Hunter Armstrong, também dos Estados Unidos, fez 51s98 e garantiu o bronze. O novo recordista ganhou um cheque de US$ 50 mil (R$ 257,8 mil).
Na primeira prova do dia, o fenômeno romeno David Popovici, de apenas 17 anos, chegou a ameaçar o recorde do alemão Paul Biedermann (1min42s00), mas acabou terminando em 1min43s21 e assegurou o ouro e a melhor marca mundial júnior. O sul-coreano Sun-woo Hwang ficou com a prata (1min44s47) e o britânico Tom Dean, atual campeão olímpico, foi bronze com 1min44s98.
Medalhista de bronze nos Jogos de Tóquio, a norte-americana Regan Smith conquistou o título dos 100m costas com 58s22, deixando para trás a canadense Kylie Maase, bicampeã mundial em 2017/19, que fez 58s40 e a compatriota Claire Curzan, que marcou 58s67.
A última prova do programa foi os 100m peito feminino, com a italiana Benedetta Pilato, 17 anos, surpreendendo as favoritas. Com 1min05s93, ela ganhou a medalha de ouro. A alemã Anna Elendt, dona do melhor tempo das semifinais, fez 1min05s98 e ficou com a prata. O pódio foi completado pela lituana Ruta Meylutite, campeã olímpica em Londres-2012, com 1min06s02. Bicampeã e recordista mundial e ouro nos Jogos Rio-2016, a norte-americana Lily King foi a quarta colocada.