A proibição de bebidas alcoólicas é um dos grandes temas da Copa do Catar. A liberação acontece apenas na Fifa Fan Festival, em alguns hotéis internacionais e pontos bem específicos da cidade. Além disso, os valores são exorbitantes, com um copo de cerveja custando cerca de R$ 80. Difícil conseguir tomar um drink com álcool por aqui, viu? Em compensação, o fumo tá mais do que liberado.
O narguilé, uma espécie de cachimbo com água que permite fumar tabaco de vários sabores diferentes, é encontrado em praticamente todos os bares por aqui, onde recebe o nome de "xixa".
Diferentemente do Brasil, onde usamos esse aparato coletivamente, passando a ponteira de mão em mão, como fazemos com o chimarrão, em Doha as xixas são individuais. Cada pessoa fuma a sua, com um caninho comprido que chega esterilizado.
Diferentemente do cigarro em que se fuma um por vez, e geralmente em espaços dedicados a fumantes, ou mesmo áreas abertas, a xixa está liberada mesmo em locais fechados.
Na mesa ao meu lado no restaurante uma mulher degusta seu jantar sem soltar a mão do fumo. Fico observando e percebo que durante os trinta minutos da refeição ela segue pitando entre garfadas. As baforadas de fumaça fazem a mesa ficar envolta em uma grande nuvem. Mas não há mau cheiro. Os fumos são aromáticos. O cardápio apresenta as opções maçã verde, menta, melão e flores, que ao serem exalados fazem lembrar um perfume de incenso no ar.
Infelizmente, a xixa também traz todos os malefícios de qualquer cigarro. Gera dependência química e pode levar a problemas respiratórios e cardíacos. Não é saudável, mas é um hábito muito comum na cultura do povo árabe.
Brasileira que sou, circulo por aqui cantarolando um clássico de Zeca Pagodinho. Só que a musica Maneiras fica pela metade. Se eu quiser fumar eu fumo, se eu quiser beber… ah, não. Beber, não bebo.
Estou um pouco mais Adenor
Foi a frase que mais me marcou em toda a entrevista do técnico Tite antes da estreia na Copa do Catar. Quantas vezes antes de grandes desafios nos deixamos de lado? Em nome da preparação para o enfrentamento acreditamos que precisamos ser mais, melhores, diferentes. Será que justamente nos momentos mais delicados não deveríamos justamente buscar a nossa essência? Estar ainda mais conectados com nós mesmos para enfrentar o que vier?
A fala do técnico da Seleção Brasileira veio em resposta a uma pergunta sobre o frio na barriga. O jornalista queria saber se ele estava maior ou menor do que na Copa de 2018. Tite disse estar mais tranquilo agora justamente por estar conseguindo ser mais ele mesmo, mais Adenor.
O Ade, de Caxias do Sul, que o Rio Grande do Sul conhece tão bem. E que tenho certeza que estará junto com ele. Todos nós, gaúchos, seremos um pouco Adenor nessa quinta-feira, 23 de novembro de 2022. Que possamos ter a tranquilidade de ser nós mesmos nos desafios da vida, como ensinou hoje o técnico da seleção. E que Ade sendo Ade consiga o hexa para nós e conosco.
Lounge Pedro Ernesto Denardin
Véspera de dia de jogo é momento de concentração. Para as seleções e para as equipes que estão aqui em Doha trabalhando.
No nosso time, cada pessoa tem sua própria rotina e vamos nos encontrando eventualmente entre um estádio e outro. Mas nessa quarta-feira (23) paramos para conversar e alinhar como seria o grande dia da cobertura da estreia do Brasil.
A reunião foi no IBC, o Internacional Brodcast Center, que entre os estúdios de cada emissora, tem espaços com sofás em uma decoração com referências árabes. Espaços para que os jornalistas possam descansar, confraternizar, se reunir, como fizemos. A conversa sobre escalas de trabalho, posição de cada um, pautas do dia, era intensa. Até que alguém pergunta: "quando vamos inaugurar oficialmente o lounge Pedro Ernesto Denardin"?
Pronto. O lugar está batizado. O Pedro e suas 12 Copas merecem todas as homenagens. E nós, como equipe, seguimos como a nossa seleção, no melhor clima possível!