Na velocidade que os dias passam, muitas vezes deixamos de pensar sobre a vida em sociedade e nas diferentes formas de consumo de recursos naturais e seus impactos e, principalmente, em nossa responsabilidade. Qual a utilidade de uma lâmpada mais eficiente se a deixamos ligada o dia inteiro? As pesquisas têm proposto caminhos para a solução dos problemas sociais e ambientais do nosso modelo de sociedade e do crescimento populacional. Dentre as linhas de pesquisa sobre esses temas, existe a bioeconomia.
Consideramos três grandes linhas de propostas dentro da bioeconomia. Existe a abordagem que considera os limites da terra em relação ao consumo dos recursos naturais, sendo essa visão considerada “radical”, pois é preciso pensar uma “velocidade” menor para o crescimento econômico e, portanto, menos atraente para empresas e governos. Tem a pesquisa baseada na busca por soluções tecnológicas, e contempla a biotecnologia como centro de estratégia considerada uma nova revolução industrial baseada no conhecimento (tecnologias).
E a terceira, é considerar as fontes biológicas de recursos, isto é, a substituição de fontes fósseis por biomassa, seja para produtos finais (biocombustíveis) como para insumos para as indústrias. Aqui têm-se as biorrefinarias como representação da proposta de ação, obtendo produtos a partir de diferentes tipos de biomassa e de tecnologias. Seja qual for a visão relacionada com a bioeconomia, é preciso avaliar as escolhas feitas.
A simples presença de um termo relacionado com renovável, biológico, ou qualquer outra palavra é insuficiente para garantir que tenhamos realmente uma forma inovadora de produzir os bens necessários.
A simples presença de um termo relacionado com renovável, biológico, ou qualquer outra palavra é insuficiente para garantir que tenhamos realmente uma forma inovadora de produzir os bens necessários. Assumir que “bio é bom” nos parece incompleto. É preciso considerar que as soluções com reais contribuições para uma economia mais sustentável precisam ser pensadas, desenvolvidas, avaliadas, com base em critérios consistentes e que esse processo envolve diferentes atores: empresas, poder público, pesquisa e a população.
Nós, do Instituto Brasileiro de Bioeconomia, buscamos ampliar o debate sobre as diversas possibilidades tecnológicas, além de temas como uso adequado da biodiversidade brasileira e tantos outros temas. Nos propomos a ser o elo entre os atores (sociedade, empresas e governos), desenvolvendo projetos que levam em conta as múltiplas possibilidades de soluções para os problemas atuais e futuros. Se é “bio é bom?” A resposta é: depende.