O Rio Grande do Sul começa a dar sinais de que não pretende ficar isolado no Sul, após o Paraná oficializar, semana passada, que deu a largada no processo para ser reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação. O status, já ostentado por Santa Catarina, significa a possibilidade de abrir mercados mais exigentes para o setor de carnes. Para os paranaenses, a campanha de vacinação de maio pode ser a última, de acordo com o próprio Ministério da Agricultura.
O presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) do Estado, Rogério Kerber, revela que, semana passada, começou a se reunir um grupo formado por representantes da Secretaria da Agricultura, ministério e das principais cadeias - suíno, frango, pecuária leiteira e de corte - para discutir os avanços do Rio Grande do Sul na área, de olho na futura retirada da vacina.
- Estamos começando a fazer algumas avaliações para identificar se já temos as condições de dar este passo de retirada da vacina. É uma meta, mas sem prazo - diz Kerber.
Mesmo sem tempo estipulado, Kerber avalia ser possível chegar a uma conclusão sobre a evolução do Estado e possíveis fragilidades ainda no primeiro semestre. Entre os pontos que o Rio Grande do Sul buscou fortalecer nos últimos anos estão a informatização das inspetorias veterinárias, treinamento de técnicos, formação de grupos de emergência, controle de divisas eficiente e inquéritos epidemiológicos.
- Este diagnóstico é o ponto inicial - confirma Fernando Groff, diretor de defesa agropecuária do Estado.
O último foco de aftosa no Estado foi em 2001. No Paraná, em 2005. O Rio Grande do Sul chegou a ser reconhecido pelo ministério como livre de febre aftosa sem vacinação em 2000, mas a reintrodução do vírus forçou o Estado a retomar a imunização em 2001.