Toque de recolher, congestionamentos e corrida aos supermercados. Essa é a realidade vivida por moradores do estado norte-americano da Flórida a poucas horas da chegada do furacão Milton. O fenômeno, que promete ser um dos piores dos Estados Unidos nos últimos cem anos, se aproxima da região sob categoria 3, com ventos de até 195 km/h.
Nesta quarta-feira (9), GZH conversou com Alisson Casagrande, morador de Caxias do Sul, que está em férias com a família em Orlando desde sexta-feira (4). Segundo ele, a cidade não está incluída em uma lista na qual autoridades norte-americanas orientam a evacuação das áreas. Por lá, a recomendação é permanecer em casa e guardar objetos que possam ser arrancados e voar com a força do vento. A previsão é que o furacão Milton atinja a cidade entre o final da noite desta quarta e a madrugada de quinta-feira (10).
— Os shoppings já estavam, desde ontem, carregando sacos de areia e colocando-os embaixo das portas de todas as lojas. Como Orlando é uma cidade muito plana e dizem que esse furacão está trazendo bastante água, a chance de inundação vai ser bem grande — explica o empreendedor.
Em razão da evacuação obrigatória em outras cidades, estradas da Flórida registram grande congestionamento. Nos supermercados, água e alimentos enlatados já faltam com frequência em razão da demanda. Porém, segundo o gaúcho, os estabelecimentos ainda conseguem repor.
Um toque de recolher passará a valer a partir das 20h no horário local (21h no de Brasília), quando não será mais possível sair de casa.
— Aqui estão absolutamente preparados para o pior. Os supermercados estão com caminhões que fazem a manutenção da rede de energia elétrica a postos. Os portões dos lugares estão todos abertos para o caso de ser necessário fugir — detalha o gaúcho.
Um código de construção civil na Flórida estabelece regras de segurança para novos imóveis. No caso de Casagrande, ele está em uma residência alugada de dois andares com janelas de acrílico e que, segundo ele, é capaz de resistir a furacões de categoria quatro, quando telhados podem ser arrancados.
Horas antes do furacão chegar à Flórida e a cerca de 140 quilômetros de distância do ponto onde o evento deve tocar o solo, próximo à cidade de Tampa, o vento já se faz presente com força em Orlando.