A faixa de areia na praia Central de Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina, alargada há um ano, provocou a sensação de "areia movediça" em quem andava à beira-mar nos últimos dias, após as fortes chuvas que atingiram o Estado. Algumas pessoas relatam, inclusive, terem ficado "atoladas" no local.
O afundamento é algo que pode ocorrer quando há intervenções na infraestrutura, como o alargamento, conforme explica a professora de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Unisinos, Danielle Bruxel.
— O fenômeno de areia movediça ocorre de fato. Raramente isso acontece naturalmente. O mais comum e usual é ele ocorrer devido a obras de engenharia — comenta ela.
A especialista acrescenta que, quando se pisa no local, há um fluxo ascendente no solo de areia fina, culminando na depressão da superfície.
— O fluxo de água afasta as partículas, diminuindo o contato entre elas, de forma que o solo vai perdendo a resistência. Daí, quando pisamos, temos esse efeito — afirmou Danielle.
Em 2021, quando os trabalhos para o alargamento da faixa estavam em fase inicial, três pessoas que circulavam no local, ainda interditado, ficaram "atoladas". Foi necessário auxílio de guarda-vidas para resgatá-las.
Desnível
Já em outubro deste ano, um "degrau" apareceu na beira da praia Central. Segundo o engenheiro e diretor de planejamento e gestão orçamentária do município, Toni Frainer, o desnível foi o resultado da ação de fortes ondas que chegam à praia, na época. No entanto, este tópico é diferente do que aconteceu durante as fortes inundações e alagamentos em território catarinense.
*Produção: Nikolas Mondadori