Além de alimentar inundações e secas mortais, as mudanças climáticas são citadas como causa de explosões espontâneas no permafrost siberiano (camada do subsolo da crosta terrestre que está permanentemente congelada), escassez de mostarda e o planeta ficando mais escuro. As alterações no clima podem estar, por exemplo, diminuindo o "brilho" da Terra, de acordo com cientistas do Big Bear Solar Observatory, em Nova Jersey, nos Estados Unidos. As informações são do portal g1.
Ao medir a luz solar refletida da Terra para a parte escura da Lua à noite, os cientistas mediram o que eles chamam de "brilho" do planeta - basicamente, a refletividade da Terra. Os estudos sugeriram que a cobertura de nuvens baixas sobre o leste do Oceano Pacífico está diminuindo devido ao aquecimento da temperatura do oceano.
Como essas nuvens agem como um espelho, refletindo a luz do Sol de volta para o espaço, sem elas, essa luz refletida diminui. Portanto, de acordo com esses cientistas, o planeta realmente pode estar ficando "mais escuro".
Explosões
Crateras gigantes no degelo do permafrost siberiano foram atribuídas por alguns cientistas russos a temperaturas mais quentes do solo, causando a explosão espontânea de bolsões subterrâneos de gás. O permafrost é definido como a terra que ficou congelada continuamente por mais de dois anos.
É apenas uma hipótese para explicar a formação de crateras gigantes na paisagem ártica. Mas elas são um sinal inquietante de que essa paisagem fria e amplamente despovoada no norte do planeta está passando por mudanças radicais.
Pesquisas recentes também mostraram que o Ártico está se aquecendo ainda mais rapidamente do que se pensava - quatro vezes mais que o resto do mundo.
Répteis que mudam de sexo
Embora possamos estar causando o aquecimento global, não somos a única espécie que sente seus efeitos. Algumas criaturas são afetadas de maneiras realmente surpreendentes. Em alguns répteis, o sexo da prole é parcialmente determinado pela temperatura na qual os ovos são incubados.
Dragões-barbudos - uma espécie de lagarto encontrada na Austrália - mudam de macho para fêmea quando são incubados a uma certa temperatura. Assim, os cientistas estão preocupados que os machos possam se tornar cada vez mais raros à medida que o mundo aquece - colocando a espécie em risco de extinção.
No oceano, os níveis crescentes de dióxido de carbono do gás de efeito estufa podem estar fazendo com que os peixes percam o olfato.
A mudança climática também está atrapalhando de forma sensível a sincronia sazonal. Em abril, em Wytham Wood, a floresta mais cientificamente estudada do Reino Unido, filhotes de chapim, um pequeno pássaro, emergiram de seus ovos até três semanas antes do que teriam feito na década de 1940.
Toda a cadeia alimentar na primavera mudou com o aquecimento. As lagartas que os pássaros comem, as folhas de carvalho de que as lagartas se alimentam - todas atingem seu pico semanas mais cedo do que antes.
Enquanto as estações mudam, muitos pássaros estão se ajustando ou apenas se mudando para outros lugares. Este ano, filhotes de abelharucos foram vistos em uma pedreira de Norfolk, na Inglaterra. Eles geralmente são encontrados no sul do Mediterrâneo e no norte da África.
Mostarda em falta
O clima extremo também está dificultando o cultivo de alimentos. Itens básicos como trigo, milho e café já estão sendo afetados. E, neste ano, houve uma notável escassez de condimentos.
Em abril, a Huy Fong Foods, uma empresa com sede na Califórnia, nos Estados Unidos, que produz cerca de 20 milhões de garrafas de molho de pimenta todos os anos, enviou uma carta aos clientes alertando sobre uma "grave escassez" do produto.
No verão, os supermercados na França começaram a ficar sem mostarda dijon - um problema que pode ser atribuído ao mau tempo nas pradarias canadenses, onde a maioria das sementes de mostarda do mundo é cultivada.
E as mudanças climáticas estão até mesmo dificultando os esforços para reduzir as emissões de carbono. Em agosto, a empresa de energia EDF teve que reduzir a produção de usinas nucleares na França porque não havia água fria suficiente nos rios franceses.
Para frear esses efeitos, a reação que está sendo discutida por 200 países na cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) é um corte dramático nos gases que aquecem o planeta.