Um furacão se forma a partir da evaporação de água para a atmosfera – da mesma forma como qualquer garoa – só que em grandes proporções, numa área de centenas de quilômetros. E em condições especiais: no meio dos oceanos, em regiões de águas muito quentes e ventos calmos. Por isso, os furacões são fenômenos tipicamente tropicais.
De modo geral, furacões são formados em locais de água quente em uma coluna de 50 metros de profundidade. Para que eles ocorram, a temperatura da água do oceano precisa estar acima de 26,5°C.
Segundo especialistas, o que alimenta esse tipo de sistema é a troca de calor na forma de vapor d'água com a atmosfera. Já o poder de destruição está associado ao vento.
Um furacão de categoria 2, por exemplo, forma ondas de até 2,5 metros acima do nível normal nas costas litorâneas, o que acaba causando grandes alagamentos e enchentes.
Ciclone x furacão x tornado
Furacão, ciclone e tornado são sistemas muito similares, mas formados em áreas diferentes, e, por isso, chamados de forma diferente. É comum as pessoas confundirem as características de fenômenos meteorológicos como furacão, tufão e tornado. Entenda algumas diferenças:
Ciclone
São fenômenos meteorológicos formados a partir de grandes contrastes de temperatura. Eles provocam chuva e ventos com grande intensidade. Os mais conhecidos são os ciclones extratropicais e tropicais.
Os extratropicais são os que ocorrem aqui no sul do Brasil. Levam no nome esse prefixo "extra" porque se formam fora da faixa tropical (próxima à linha do Equador). Manifestam-se por meio de fortes tempestades e frentes frias, com chuvas e ventos fortes.
Os ciclones tropicais, como o nome diz, ocorrem em áreas de clima tropical. Também provocam chuvas e ventos fortes. No Hemisfério Norte, os ciclones giram em sentido anti-horário. Por aqui, no Hemisfério Sul, eles acontecem no sentido horário.
Os ciclones são o nome genérico, digamos assim. Isso porque furacões e tornados também são chamados assim. O que os diferencia é o tamanho, a força e a localização.
Furacão
É um ciclone tropical (porque localiza-se na região dos trópicos) muito forte. Ele passa a ser considerado furacão quando a velocidade dos ventos supera os 119 km/h. A escala que mede os furacões é a Saffir-Simpson, que vai de um a cinco. Um furacão categoria 5, como o Katrina, que atingiu New Orleans em 2005, submergindo mais de 80% da cidade norte-americana, tem ventos de 249 km/h.
Furacões são incomuns no Hemisfério Sul. Exceção foi o Catarina, que atingiu as costas catarinense e gaúcha em 2004, com ventos máximos de 155 km/h (categoria 2 na escala Saffir-Simpson). Os furacões ocorrem no Hemisfério Ocidental, no Oceano Atlântico e no centro-leste do Pacífico Norte - no Caribe é o mais comum. A localização é importante porque determina a mudança de nomenclatura. Quando o fenômeno ocorre no oeste do Pacífico ou no Índico (Oriente, regiões da Ásia e Oceania), é chamado de tufão. É uma questão meramente geográfica.
Tornado
São fenômenos que normalmente ocorrem em terra. Assim como os furacões são muito potentes (a velocidade dos ventos pode variar de 100 km/h a 500 km/h), porém têm diâmetros menores. Essa característica, aliás, é utilizada pelos especialistas para determinar a ocorrência de tornados. Eles deixam um rastro de destruição muito específico, uma faixa, por exemplo, de dois quilômetros de largura - diferentemente dos furacões, cujos danos são mais espalhados. Formam-se a partir de nuvens do tipo Cumulus nimbus.
Os tornados são medidos pela escala Fujita-Pearson, que vai de F0 (velocidades de vento inferiores a 117 km/h) até F5 ( de 420 km/h a 511 km/h). Regiões onde os tornados são frequentes são chamados de "corredores de tornado". Nos Estados Unidos, essa área inclui as terras baixas que circundam os rios Mississippi, Ohio e Missouri. No Brasil, o "Corredor de Tornados" compreende os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Triângulo Mineiro e Mato Grosso do Sul.