Um grupo formado por jovens gaúchos e catarinenses apaixonados por tecnologia deve representar o Brasil na FIRST Global Challenge, uma olimpíada internacional de robótica. Assim como os estudantes de mais de 190 países, eles terão que viajar até Singapura, na Ásia, onde a competição será realizada, entre 7 e 10 de outubro deste ano. No entanto, os integrantes da equipe brasileira precisam de ajuda financeira para arcar com os custos de inscrição, hospedagem, alimentação e materiais necessários para a construção do robô.
O time é composto por 10 estudantes do Ensino Médio e seis mentores. De acordo com o programador e mentor da equipe Bruno Ósio Jerônimo, 19 anos, os participantes do Brasil foram selecionados a partir de uma parceria entre duas equipes da Associação Internacional para Desenvolvimento Tecnológico (Aidtec): a FRC5800, de SC, e a 1772 Trail Blazers, do RS. Além de Bruno, três alunas bolsistas da Escola Sesi de Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, integram o grupo gaúcho.
— A ideia de participar das olimpíadas surgiu em 2018, que foi o segundo ano dessa competição. Nossa equipe viu essa oportunidade de incluir o Brasil nas olimpíadas. Não era uma competição muito famosa na época e começamos somente com a equipe de Gravataí. No outro ano, incluímos outras equipes da Aidtec e nos organizamos. Vimos uma oportunidade de trabalhar juntos e representar o Brasil — conta o mentor.
A arrecadação de dinheiro para a competição começou neste mês, quando o grupo foi definido oficialmente. Bruno explica que o valor da inscrição e da viagem de todos os membros da equipe é de aproximadamente US$ 5 mil e US$ 10 mil, respectivamente, o que representa quase R$ 80 mil. Por isso, estão empenhados em reunir doações por meio de uma vaquinha online (neste site), de patrocinadores, de rifas e venda de alimentos.
Conforme o mentor, a equipe de Gravataí faz viagens internacionais desde 2005 para participar de competições, mas não tem nenhum patrocinador que banque parte ou todo esse custo:
— Temos outras formas de conseguir patrocínios da competição, mas assim não é garantido que vamos conseguir viajar. Então, vamos unir nossos esforços, foi assim que conseguimos viajar em 2022. Nessas primeiras semanas, juntamos cerca de R$ 700, e precisamos desse dinheiro até setembro, que é quando tem o pagamento da taxa de inscrição.
Definida como uma competição colaborativa, a FIRST Global Challenge é promovida pela FIRST Global, uma instituição sem fins lucrativos, com sede nos Estados Unidos, que tem como missão capacitar jovens de todas as nações por meio da educação em ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Bruno esclarece que cada país envia uma equipe representante para elaborar soluções para os problemas propostos pela organização.
Em 2022, por exemplo, o problema foi relacionado a emissões de carbono. Há ainda uma parte técnica, que envolve o desenvolvimento de um robô, que precisa cumprir determinadas ações em um jogo para somar pontos.
Mesmo sabendo da dificuldade de arrecadar um valor tão alto, o mentor se diz otimista em relação à viagem. Também relata que se apaixonou pela robótica em 2020, quando entrou na equipe, na área de programação. Desde então, segue ajudando o grupo.
— Minha expectativa está bem alta, porque todos os anos estamos melhorando nossas divulgações e nos esforçando cada vez mais nas competições. Acreditamos que vamos conseguir pelo menos uma parte desse valor para mostrar na competição nossos esforços — finaliza Bruno.