Lucros maiores a cada balanço financeiro, valorização das ações, contratações de funcionários para suprir a crescente demanda por serviços. Esses foram alguns dos cenários associados às big techs, assim chamadas as maiores empresas de tecnologia do mundo, nos últimos anos. No entanto, desde o segundo semestre do ano passado, resultados abaixo do esperado (ou mesmo prejuízos) e demissões em massa começaram a se tornar rotina no setor tecnológico. Além da questão econômica, outras dificuldades acompanham as gigantes no momento: o debate rumo à regulação dessas empresas está na pauta de políticos em todo o mundo.
O site Layoffs.fyi (plataforma que reúne as informações de demissões na área desde o início da pandemia no mundo) contabiliza 103 mil desligamentos em 344 empresas apenas em 2023. As big techs estão no topo do ranking das empresas que fizeram layoffs, termo que tem sido utilizado no mercado de tecnologia para tratar das demissões em massa. A Amazon foi a que mais demitiu: 18 mil desde o primeiro trimestre de 2020, o que representa 5% do total de funcionários. Em seguida vem a Alphabet (dona do Google), com 12 mil demissões, e a Meta (proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp), com 11 mil. Em janeiro, a Microsoft demitiu 10 mil pessoas. A Apple é, até o momento, a única empresa das chamadas “big five” da área a não engordar a estatística de demissões.
O mesmo site indica que, em 2022, ocorreram 160 mil demissões em 1.045 companhias do setor em todo o mundo. O cenário de desligamento chegou ao Brasil, onde a área de tecnologia fechou com saldo negativo de vagas em 2022. Segundo Mauricio Weiss, professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da UFRGS, para compreender as demissões é preciso, primeiro, analisar o momento da economia global.
— A economia está sentindo os efeitos contínuos da alta na taxa de juros (nos EUA), das interrupções econômicas da China e do conflito na Ucrânia — resume Weiss.
Desses fatores, um em especial preocupa investidores das big techs: a disparada dos juros na economia norte-americana. Em 1º de fevereiro, o Federal Reserve (ou FED), banco central do país, decidiu aumentar a taxa em 0,25 ponto percentual (p.p.), de 4,5% a 4,75% ao ano. Em 2022, o FED já havia promovido quatro altas consecutivas de 0,75 p.p. Após essa sequência, elevou o indicador em 0,50 p.p. em dezembro.
A sucessão no crescimento dos juros do mercado dos EUA cria um ambiente que desacelera a economia, contextualiza o professor da UFRGS: aumenta o custo do investimento, porque torna o financiamento mais caro. Assim, por exemplo, um empresário que deseja investir em um negócio pode optar por aplicar o dinheiro de modo mais conservador, com boa rentabilidade, e não abrir uma empresa, algo mais arriscado. O valor que ele usaria no empreendimento pode ser direcionado para compra de títulos da dívida pública dos EUA, que ficam mais atrativos com a alta dos juros. É um ciclo, explica Weiss:
— Com a queda do investimento, a economia desacelera como um todo, porque investimento é chave para dinamizar a economia já no curto prazo. Juros altos também desincentivam o consumo: as compras parceladas encarecem, fica difícil para o indivíduo consumir acima da sua renda presente.
Isso, por consequência, afeta as gigantes do setor de tecnologia, que são hoje as empresas mais valiosas do mundo, segundo o ranking anual da consultoria Brand Finance divulgado em janeiro. A Amazon perdeu 15% de valor no ano passado. Ainda assim lidera o levantamento, ao ser avaliada em US$ 299,3 bilhões (R$ 1,549 trilhão, na cotação atual). A Apple caiu 16%, e passou a valer US$ 297,5 bilhões (R$ 1,540 trilhão). Em terceiro lugar está a Alphabet, com um valor de mercado de US$ 281,4 bilhões (R$ 1,456 trilhão), 7% a mais do que no mesmo levantamento divulgado em 2022.
— Em termos globais, o mercado financeiro norte-americano é o mais líquido de todos, e o dólar é a principal moeda do sistema internacional. Quem tem dólar, em geral, está mais protegido contra instabilidades. Então, comprar títulos (da dívida pública) dos EUA é sempre uma boa alternativa. Se os juros aumentam, a demanda por títulos cresce, fazendo com que o capital saia dos países, sobretudo dos emergentes como o Brasil — completa o economista.
Para o analista internacional da XP Investimentos Rafael Nobre, os desligamentos são motivados pela previsão que as empresas fizeram de que os próximos dois anos não vão repetir os bons resultados do período da pandemia. Assim, a medida integra os cuidados prévios para manter a saúde financeira das gigantes do setor em um momento incertezas na economia.
— De um ano para o outro, o cenário virou. Agora a expectativa é de desaceleração econômica. Então, as big techs estão normalizando a base de funcionários para se proteger de uma possível recessão, e as demissões devem continuar até que o cenário melhore. Os próximos 12 meses serão duros — diz Nobre.
Ainda que em dificuldades hoje, todas as empresas têm balanços saudáveis, dinheiro em caixa e são protagonistas nos nichos de mercado em que atuam, ressalta o especialista da XP. Por isso, ao considerar seus modelos de negócios, ele diz entender que essas são bases “que não mudam de uma hora para outra”:
— É um período ruim para as economias desenvolvidas como um todo, em um momento de expectativa de desaceleração econômica global. Não vejo ameaças a essas grandes empresas: elas vão passar por isso e vão se recuperar quando o cenário voltar a melhorar.
Mas a alta na taxa de juros e a desaceleração econômica não são apenas as duas responsáveis pelas demissões das big techs, diz Silvio Bitencourt, diretor da Unitec e gestor executivo do Tecnosinos, da Unisinos. Para ele, o contexto pode ser explicado por conta da adequação das gigantes da tecnologia, que tiveram de investir para suprir o aumento de serviços e de produtos causado pelas restrições da pandemia:
— As pessoas começaram a utilizar mais equipamentos, softwares e recursos digitais (no início da crise sanitária). Agora isso desacelerou, em grande parte por voltar à rotina do dia a dia mais analógico. Muitas empresas estão reduzindo o quadro (de funcionários) que foi inflado em um momento específico de demanda. Não parece ser uma crise permanente, mas um ajuste normal.
Somado a isso, Bitencourt comenta que há uma nova constituição sobre o que os investidores esperam do setor de tecnologia. Segundo ele, o mercado tem se interessado menos por empreendimentos arriscados na área: por isso, tem cobrado resultados imediatos, que as gigantes “entreguem valor” de forma constante, como fizeram em anos anteriores. São companhias consolidadas, e não apostas, como quando foram fundadas.
— A promessa de um bom futuro não garante um bom investimento. Investidores e acionistas querem resultados no curto e médio prazo. Eles não estão dispostos a apostar nas fases iniciais, sem garantias, em um grupo de pessoas, como startups. Os investidores e fundos já querem ver um CNPJ , uma carteira de clientes operando e uma certa garantia de retorno — pontua.
Os balanços do quarto trimestre de 2022 foram de más notícias para as gigantes da tecnologia. A Alphabet obteve lucro de US$ 13,6 bilhões (R$ 86,3 bilhões), o que representa queda de 34% em relação ao mesmo período de 2021. O acumulado anual aponta queda de 21%, para US$ 59,9 bilhões (R$ 311,6 bilhões). A Meta reportou lucro de US$ 4,65 bilhões (R$ 24,1 bilhões) no quarto trimestre de 2022, queda de 55% em relação ao informado um ano antes. A Amazon teve o maior tombo, com lucro de US$ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão), redução de 98% frente aos US$ 14,3 bilhões (R$ 74 bilhões) observados em igual período de 2021. O resultado ruim do último balanço trimestral fez a empresa fechar o ano com prejuízo líquido de US$ 2,7 bilhões (R$ 13,9 bilhões), cenário distante do lucro líquido de US$ 33,4 bilhões (R$ 172,8 bilhões) reportado no ano anterior.
Questionado se há crise no setor da tecnologia, o gestor executivo do Tecnosinos diz analisar o momento como soma das adequações estruturais, incerteza global na economia e alta de juros nos EUA:
— Meta, Amazon e Tesla têm investido brutalmente em novas áreas, sistemas de inteligência artificial, outros recursos. Parece ser um ajuste normal dessas empresas, que querem melhorar sua valoração.
Oportunidades no Brasil e no RS
A onda de demissões no Exterior também impacta as empresas nacionais ou estrangeiras que têm escritório no Brasil. Segundo dados da pesquisa de emprego Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), relativa ao mercado formal em dezembro de 2022, o saldo de vagas no setor recuou pela primeira vez desde o início da série histórica, em 2020. No mês, foi contabilizada perda de 3.630 postos no Brasil (288 dessas vagas no Rio Grande do Sul) em um estoque de 1,13 milhão.
O site Layoffs Brasil (layoffsbrasil.com) faz compilados das demissões em massa. Entre as que mais demitiram está a Pagseguro, instituição bancária e de pagamento eletrônico, com 900 desligamentos anunciados em 26 de janeiro. O banco digital C6 Bank é o segundo: 500. A Loggi, um aplicativo de entregas de encomendas, e a Buser, um “Uber dos ônibus”, fizeram 250 demissões cada. O site indica que o Google demitiu 70 pessoas no Brasil.
Para Vinicius Cassol, professor dos cursos de Tecnologia da UniRitter, o cenário global da tecnologia não tem, até o momento, afetado diretamente as empresas consideradas menores no setor, em especial as do Estado. Segundo ele, é preciso separar os contextos que fazem parte da atuação de cada empresa. Ele ressalta que a demanda por serviços ligados à inteligência artificial e a games, por exemplo, seguem no país.
– O setor de tecnologia é amparado pelas big techs, mas não é apenas as big techs. As empresas que não são gigantes estão focadas em um nicho, em um serviço específico, e esta demanda sempre existirá. Estamos com várias empresas com 20, 30 vagas abertas no Rio Grande do Sul – afirma.
A situação citada pelo professor da UniRitter é observada na CRM PipeRun, uma plataforma que atua para impulsionar vendas online de empresas, com sede em Porto Alegre. Fausto Reichert, sócio-fundador, diz que as demissões das grandes do setor têm criado oportunidades para as pequenas e médias da área. Isso porque, devido aos desligamentos, profissionais antes empregados em empresas do centro do país ou mesmo no Exterior têm buscado recolocação no Estado, por exemplo.
— Londres ou Nova York não estão anunciando vagas. Então, as pequenas empresas estão tendo uma grande vantagem competitiva neste momento para contratar a melhor capacidade técnica no mercado. A pequena empresa é uma boa opção neste momento para crescimento e reposicionamento profissional — afirma.
Nesse contexto, o empresário comenta que espera agregar 25 funcionários ao quadro da PipeRun e assim chegar a cem pessoas. Ele relata cenário diferente ao enfrentado pelo setor em outros pontos do país: diz que, nos últimos meses, a empresa gaúcha conseguiu dobrar o faturamento e fazer aquisições. O empreendedor reconhece que há dificuldades econômicas no momento, mas, acrescenta, não há perspectiva de que o mercado de tecnologia regrida no longo prazo.
— A demanda é infinita e o futuro é certo porque novas tecnologias nascem todos os dias. Sempre haverá lugar para quem estiver aprendendo, estudando e crescendo. Na tecnologia não é como em uma metalúrgica, por exemplo, em que a pessoa perde o emprego e precisa esperar dois ou três anos para se recolocar. No setor de tecnologia, isso não leva três meses — diz.
No caso de Matheus Canal Nunes, 35 anos, a recolocação após um desligamento demorou poucos dias. O morador de Novo Hamburgo foi um dos que perderam o emprego devido às demissões em massa no Brasil. Ele atuava como engenheiro de software na Hash, empresa de São Paulo de desenvolvimento de serviços de pagamento. Ficou na firma por um ano e oito meses, sendo demitido em agosto de 2022.
— A empresa passou por levas de demissões até encerrar as atividades. A minha foi a penúltima. Até então, disseram que estava tudo bem e os desligamentos anteriores teriam sido os últimos, visto que a empresa poderia se manter com o pessoal que havia ficado. No dia da demissão, recebi uma planilha em Excel. Solicitaram para que, quem tivesse o nome na lista, entrasse em uma sala de videoconferência. Aí comunicaram o desligamento, sem explicar nada — diz.
O profissional relata ter ficado 15 dias sem trabalho:
— Consegui me realocar relativamente rápido, na mesma área. Não encontrei dificuldades (para achar outro emprego).
Tatiana Burgos, 44 anos, foi uma das 94 pessoas demitidas da Petlove, um dos principais petshops virtuais do Brasil, na última segunda-feira (13/2). Ela foi contratada em outubro de 2021 para ser gerente de uma loja física em São Paulo, em um processo de expansão da companhia. Tatiana participou do desenvolvimento dos protótipos, da logística e comunicação dos espaços físicos. Ela conta que foi comunicada do desligamento em meio às atividades:
— Por volta de 8h30min, meus acessos e dos meus colegas ao Google caíram. Isso causou uma frustração, porque entramos de cabeça erguida, fizemos um bom trabalho, porém retiraram os acessos antes do desligamento. Foi muito triste a maneira como foi conduzida a demissão.
Formada há 18 anos em Marketing, Tatiana diz não ter definido ainda uma opção para dar seguimento à vida profissional.
— Não tenho nada em vista, pois não esperava a demissão. Tinha férias agendadas para abril, vou viajar e depois me recolocar. É algo a se pensar, está tudo muito cru, tenho que digerir ainda — afirma.
Uma encruzilhada ética e política
- A saúde financeira não é a única preocupação das grandes empresas de tecnologia no momento: as pressões por leis para regular o setor têm pautado o debate político global nos últimos meses. A ideia de governos é criar meios para dar transparência à atuação das big techs e adotar legislações para combater monopólios.
- Dois marcos recentes indicam a direção de como deve ser a regulação. O primeiro foi a aprovação, por parte da União Europeia, no ano passado, de um conjunto de regras para controlar a atuação das gigantes da tecnologia. Em resumo, a iniciativa obriga o fornecimento de informações a reguladores e pesquisadores externos sobre como funcionam os algoritmos que determinam o que os usuários veem nas plataformas. Além disso, também estabelece regras sobre a segmentação de anúncios.
- Os EUA também estão fazendo evoluir o debate em torno de leis para inibir a atuação das big techs. No último dia 7, o presidente Joe Biden pediu ao Congresso e aos rivais políticos republicanos “a aplicação antitruste e impedir que grandes plataformas online deem a seus próprios produtos uma vantagem injusta”. Na fala, Biden criticou as maiores empresas de tecnologia: argumentou que Amazon, Meta, Google e Apple abusaram de seu poder.
- "Essas empresas são pouco transparentes em relação à forma como funcionam e o que fazem. Praticamente nada sabemos sobre como esses algoritmos de recomendação funcionam. Elas constroem seus modelos de negócio e publicitário sobre um raciocínio de recomendação de conteúdo que gera mais engajamento, mais acesso, e não aceitam qualquer escrutínio sobre isso. O conteúdo chega ao consumidor de informações sem qualquer transparência", diz Amaro Grassi, sociólogo, jornalista e coordenador de pesquisa na Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (DAPP/FGV).
- Segundo Grassi, a clareza na atuação das companhias é necessária porque as plataformas deixaram de ser “apenas” empresas, com interesses privados: são, hoje, o principal espaço de discussão pública, embora vivam “em torno de uma grande nuvem de opacidade”, mesmo na condição de atores capazes de influenciar os rumos políticos e econômicos de países.
- O especialista diz reconhecer que, nos últimos anos, as plataformas têm feito iniciativas para evitar a circulação de fake news e discursos de ódio. Para verificar a efetividade dessas iniciativas, a Global Witness, uma organização de direitos humanos, fez um experimento que tinha como objetivo testar se a Meta seria capaz de impedir a divulgação de conteúdos com promoção à invasão de prédios públicos após o ataque aos três poderes em Brasília, em janeiro. Para isso, a organização produziu 16 anúncios no Facebook com a “convocação” para um novo ataque, informação sobre fraudes e até mesmo com pedidos de morte a filhos de quem tivesse votado em Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022. O resultado, segundo a Global Witness, foi que 14 dos materiais foram aprovados pelo Facebook.
- O Marco Civil da internet, que regula as redes sociais no Brasil desde 2014, falha ao não responsabilizar as plataformas por conteúdo criados por terceiros, mesmo no caso de disseminação de informações falsas e desinformação, diz Grassi, que cita outra vez os ataques aos três poderes em Brasília: "Eles removem conteúdo, suspendem perfis, dizem que usam automação (robôs), mas tudo isso está no plano de sua própria fala. A sociedade e a imprensa não têm como verificar isso. Quais são os critérios? Eles realmente estão removendo notícias falsas? É essencial que as plataformas sejam de alguma forma responsáveis pelo uso dos seus espaços para a disseminação de discurso de ódio contra grupos marginalizados, grupos vulneráveis, contra a democracia".
- E no Brasil? A regulação nas big techs também está na pauta do governo federal. No último dia 7, o presidente Lula disse ter recebido um projeto do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, que trata da regulação das redes sociais. O presidente da Câmara, Arthur Lira, por sua vez, defende que o Projeto de Lei 2630, de 2020, também conhecido como Lei das Fake News, que já tramita na Casa, também seja estendido à regulação das redes sociais: "Vamos nos esforçar e envolver todo mundo para que esse problema tenha uma regulação mínima, inclusive das big techs, para que elas tenham comportamento responsável no Brasil. É importante ter uma legislação clara", disse Lira em entrevista coletiva.
- Andrei Rossetto, professor no curso de Jornalismo da ESPM Porto Alegre, também cita a necessidade de leis que façam com que o trabalho das grandes empresas de tecnologia seja mais transparente e auditável pela sociedade. Isso porque, no momento, Rossetto afirma que a atuação do Google e Facebook pode ser adjetivada com um duopólio: "A concentração de poder dessas duas plataformas desequilibra o jogo, a publicidade online acaba indo para essas duas empresas. O desequilíbrio que está acontecendo na cadeia econômica está afetando os veículos de comunicação, o que é perigoso para a qualidade da informação transmitida", opina.
- Sobre o que poderia ser feito para melhorar o quadro, Rossetto diz entender que uma opção é que a Alphabet e a Meta destinem aos veículos jornalísticos parte dos faturamentos que vão para essas empresas, embora sejam provenientes do uso do conteúdo que é produzido nas redações dos veículos de imprensa – algo que foi adotado na Austrália. O modelo australiano pode ser útil para o ecossistema da informação do país, argumenta Rossetto: "Precisamos encontrar um ponto de equilíbrio, porque o desequilíbrio que está acontecendo na cadeia econômica é perigoso para a qualidade da informação que circula atualmente".