Cientistas da Nasa descobriram, pela primeira vez na história, em novembro de 2017, um objeto de outro sistema estelar atravessando o sistema solar do qual a Terra faz parte. Batizado de Oumuamua ("o mensageiro de longe que chega primeiro", no dialeto havaiano), de início ele foi classificado como asteroide e chamou a atenção de astrônomos à época. Depois passou a ser chamado de cometa, segundo novas avaliações, que hoje também já são rechaçadas.
O objeto, que também causa curiosidade por sua forma peculiar pontiaguda e na forma de um charuto, voltou a atrair os holofotes na última semana, com a versão de um artigo de pesquisadores de Harvard destinado à revista científica Astrophysical Journal encontrado em um repositório na internet. Isso porque, duas ponderações sobre a origem de Omuamua são apresentadas por Shmuel Bialy e Abraham Loebe, do Centro de Astofísica de Harvard. Em uma delas, escrevem: "Um cenário mais exótico é que Oumuamua pode ser uma sonda totalmente operacional enviada intencionalmente para a Terra por uma civilização alienígena".
A sentença causou um buzz na internet e, nesta terça-feira (6), o termo Oumuamua já era um dos mais buscados no Google. As especulações são geradas por um dos aspectos mais intrigantes do objeto: sua velocidade, muito rápida para um não asteroide, por meio de uma aceleração normalmente esperada para cometas. No entanto, novos estudos e teorias têm mostrado que o objeto não é um cometa.
— O mais intrigante é essa trajetória (do Omuamua) desviar daquela esperada com base na força gravitacional do Sol. Esse desvio poderia ser causado pela perda de gases de um cometa, mas ele não é um cometa — disse Abraham Loeb, um dos autores do estudo, em entrevista à rádio da BBC.
Uma das explicações é de que Oumuamua "flutue no espaço interestelar como um escombro de um equipamento tecnológico avançado", como uma vela solar. O artigo diz ainda que "velas solares com dimensões semelhantes foram projetados e construídos pela nossa própria civilização". A partir disso, os cientistas levantaram a hipótese de ter sido enviada por alienígenas.
Mas os astrônomos também discutem a possibilidade de que o excesso de aceleração resulte da pressão da radiação solar. E ressaltam que todas ainda são especulações.