O misterioso asteroide que entrou no Sistema Solar vindo do espaço interestelar pode ser coberto por uma grossa camada de material orgânico que, acreditam cientistas, talvez esteja protegendo, como um escudo, um interior repleto de gelo. Batizado como ‘Oumuamua ("o mensageiro de longe que chega primeiro", no dialeto havaiano), o asteroide é o primeiro objeto descoberto no Sistema Solar que tem origem em outro sistema estelar, o que tem chamado a atenção de astrônomos.
Esse "escudo" teria prevenido que o gelo dentro do corpo celeste evaporasse quando o ‘Oumuamua passou próximo ao Sol. Análises feitas por observatórios e agências espaciais como a Nasa (dos Estados Unidos) e o ESO (na Europa) mostram que esse objeto, considerado único, viajava no espaço há milhões de anos antes do seu encontro casual com o nosso Sistema Solar. O objeto parece ser vermelho escuro e extremamente alongado, metálico ou rochoso, nada parecido com o que encontramos normalmente no Sistema Solar.
As características físicas da rocha despertam uma série de questionamentos. Pontiaguda e na forma de um charuto, ela tem 400m de comprimento e cerca de 40m de largura, o que nunca foi observado em cometas, asteroides e outros objetos em nosso sistema solar. As diferenças, dizem os cientistas, podem nos trazer pistas sobre como são formados outros sistemas solares.
Astrônomos estimam que Oumuamua está viajando há milhões de anos sem estar ligado a um sistema solar antes de chegar por aqui. Os relatos afirmam que o asteroide se movimenta a 38,3 km/s e gira como uma broca, dando uma volta em torno de si mesmo a cada 7,3 horas. Em janeiro, ele deve atravessar a órbita de Saturno e, ao deixar nosso Sistema Solar, dirigir-se para a constelação de Pégasus.