Há 4,5 mil anos, a pirâmide de Quéops, no Egito, uma das sete maravilhas do mundo antigo, escondia em seu interior uma enorme cavidade, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira (2) na revista Nature. A cavidade é "tão grande como um avião de 200 passageiros no coração da pirâmide", declarou Mehdi Tayubi, codiretor do projeto ScanPyramids, responsável pela descoberta.
Uma equipe de cientistas egípcios, franceses, canadenses e japoneses trabalha desde o final de 2015 na pirâmide, utilizando tecnologia de ponta não invasiva, que permite observar através dela para descobrir possíveis espaços ou estruturas internas desconhecidas. O objetivo é aprender um pouco mais sobre a construção das pirâmides, que sempre foi cercada de mistérios.
O monumento, de 139 metros de altura e 230 de largura, fica no complexo de Gizé, próximo do Cairo, perto da Grande Esfinge e das pirâmides de Quéfren e Miquerinos.
— Há muitas teorias sobre a existência de possíveis câmaras secretas nas pirâmide. Se juntássemos todas, obteríamos um queijo gruyere — brincou Mehdi Tayubi. — Mas nenhuma delas previa a existência de algo tão grande — completou.
De acordo com o estudo publicado na Nature, o "big void" (grande vazio), como os cientistas denominam a descoberta, mede pelo menos 30 metros de comprimento e tem características similares às da grande galeria, a maior sala conhecida da pirâmide. A cavidade se encontra a 40 ou 50 metros da câmara da rainha, no centro do monumento.
— O "grande vazio" está totalmente fechado, nada foi tocado desde a construção da pirâmide. É uma descoberta muito emocionante — disse Kunihiro Morishima, da Universidade de Nagoya no Japão, integrante da missão ScanPyramids.