A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Surge uma oportunidade para a pecuária brasileira com o lançamento do Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos pelo governo federal. É a de garantir a qualidade, a sanidade e a sustentabilidade da carne nacional. Foi o que avaliaram entidades do setor produtivo, que participaram da elaboração do documento final, anunciado nesta semana.
À coluna, Ana Doralina Menezes, presidente da Mesa Brasileira de Pecuária Sustentável e gerente do Carne Angus Certificada, frisou a oportunidade de novos mercados que a medida pode alçar:
— É um momento especial para a pecuária brasileira Essa identificação traz garantias sanitárias que o Brasil, que é o maior exportador de carne bovina, busca entregar a novos consumidores.
Vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner também entende que o plano vai reforçar o controle da sanidade do rebanho brasileiro. Com o novo sistema, segundo ele, os órgãos estaduais de defesa sanitária poderão, de forma mais assertiva, conferir in loco os possíveis casos de doença que afetam bovinos e bubalinos.
O plano
O plano de rastreabilidade é obrigatório e passa agora a tratar de cada animal de forma individualizada. Antes, o controle que se tinha era sobre um lote. O objetivo é implantar um sistema de identificação individual de bovinos e búfalos, dar agilidade nas investigações e aumentar a capacidade de resposta em situações de emergência sanitária, principalmente com a retirada da vacina contra febre aftosa no país.
— O que nós estamos fazendo é prestar contas daquilo que eles já fazem — reforçou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na ocasião.
A implementação será gradual e ocorrerá ao longo dos próximos sete anos. Entre 2024 e 2026, será construída a base de dados nacional. Entre 2027 e 2029, terá início a identificação individual dos animais, com a previsão de atingir todo o rebanho até 2032.
No Rio Grande do Sul, o secretário estadual adjunto da Agricultura, Márcio Madalena, adiantou que expuseram ao governo federal o interesse do Estado em ser um dos primeiros a implementar a rastreabilidade.