O Rio Grande do Sul quer aproveitar a janela de tempo que existe até a vinda de missão da União Europeia, em fevereiro do próximo ano, para avançar na criação de um modelo de rastreabilidade do rebanho bovinho. Grupo formado pela Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul), que se reúne nesta segunda-feira com técnicos da Secretaria da Agricultura para tratar do tema, já sabe o que quer.
A ideia é usar a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), do Ministério da Agricultura, como referência e rastrear apenas animais para abate, cuja carne é destinada à exportação. O suporte da PGA, desenvolvido em parceria com Abiec e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) controla toda movimentação de animais no país por meio da emissão da guia de trânsito eletrônica.
- Vamos oferecer novas alternativas de identificação para a UE avaliar. Mas não podem ser compulsórias. Gado de cria, por exemplo, não interessa rastrear - explica Gedeão Pereira, vice-presidente da Farsul.
Projeto apresentado no governo anterior enfrentou resistência por conta da obrigatoriedade e acabou sendo retirado da pauta.
Avançar na rastreabilidade é também um dos pedidos feitos pelo frigorífico Marfrig para garantir a manutenção plena das atividades na unidade de Alegrete. A unidade de carne bovina teve suspensão anunciada, manteve as portas abertas com produção e vagas reduzidas e agora retoma os abates em carga total, com mais de 300 trabalhadores sendo contratados.
Hoje, das mais de 400 mil propriedades do Estado, pouco mais de 170 têm o rebanho rastreado.
- É um número ínfimo - reconhece Gedeão.
O que as entidades querem é se antecipar na elaboração de uma proposta gaúcha, para ser debatida com o ministério e apresentada a tempo de receber aval dos técnicos europeus que virão ao Brasil.