A Secretaria de Segurança Publica (SSP) do Estado de São Paulo informou, nesta sexta-feira (13), que a Polícia Civil deu início a um novo inquérito para apurar a causa e as circunstâncias dos ferimentos de Maidê Mahl, 31 anos. A modelo e atriz natural de Venâncio Aires foi resgatada na tarde de 5 de setembro, semiconsciente e ferida, em um quarto de hotel, na região central da capital paulista.
O órgão não revelou por que o novo procedimento foi instaurado mais de uma semana depois do resgate, cuja investigação havia partido de um registro de desaparecimento. Por nota (leia abaixo), a SSP voltou a comunicar que "não foram constatados indícios da entrada de outras pessoas no quarto onde ela foi localizada". A informação não explicita que tipo de fato está sendo investigado.
O caso está envolto por perguntas não respondidas. Em seu texto, o governo do Estado de São Paulo também reitera que laudos periciais estão em elaboração. Porém, o órgão não atendeu a pedido de informação de Zero Hora sobre quais perícias estão pendentes e que resultados já estão em posse dos investigadores.
De acordo com as investigações, Maidê saiu de casa, no bairro Moema, na tarde de 2 de setembro, passou em um mercado e comprou três caixinhas de água de coco, tomou transporte por aplicativo e foi até um cartório. De lá, utilizou novamente um app para acionar deslocamento até o hotel onde foi encontrada.
A modelo teria passado três dias reclusa e incomunicável. Manteve agendados compromissos de trabalho e não avisou ninguém sobre seu paradeiro. Pela ausência, pessoas próximas registraram o desaparecimento. A polícia reconstituiu os passos da atriz e a localizou no hotel. Ela tinha ferimentos por todo o corpo e exibia sinais vitais fracos, segundo a autoridade policial.
Ela foi socorrida e desde então está internada da UTI do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Seu estado de saúde é desconhecido. Boletins clínicos informam que a condição é "grave e estável". Contudo, a instituição de saúde deixou de emitir atualizações na segunda-feira (9), dizendo que só voltaria a publicar boletins caso houvesse "alterações relevantes".
Maidê está acompanhada pela mãe, Nélia Schwimm. Em último contato com a reportagem, ela confirmou que o cenário estava inalterado.
A reportagem também remeteu pedidos de informação à diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo, delegada Ivalda Aleixo, que não retornou em resposta às solicitações.
Íntegra da nota da SSP de São Paulo:
"O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) instaurou inquérito policial e investiga todas as circunstâncias dos fatos, inclusive as origens das lesões causadas na vítima. Após as diligências no local, não foram constatados indícios da entrada de outras pessoas no quarto onde ela foi localizada. Os laudos periciais estão em elaboração e, assim que concluídos, serão analisados pela autoridade policial para auxiliar no esclarecimento dos fatos".