A Polícia Civil realiza ofensiva, nesta terça-feira (12), contra 16 criminosos envolvidos com o tráfico de drogas em Sapucaia do Sul. A operação tem como alvo dois pilotos que seriam responsáveis por trazer drogas do Paraguai ao Rio Grande do Sul. Um deles foi preso na manhã desta terça-feira (12), no bairro Campina, em São Leopoldo. A ação foi coordenada pela 2ª Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul.
Segundo o delegado Gabriel Lourenço, responsável pela operação, foi possível apurar que as rotas incluíam voos do Paraguai, onde a droga era comprada, com destino ao Rio Grande do Sul. Por operarem com aviões de pequeno porte, o grupo usava pistas pequenas para reabastecimento e descarregamento do material, para dificultar o rastreio das rotas.
Já em terra, a droga era distribuída com uso de carros e caminhões, em uma logística operada pelos chamados gerentes da facção, responsáveis pela distribuição nos pontos de venda.
Cerca de 200 policiais civis, cumprem 55 ordens judiciais, dentre os quais 39 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventiva. Até as 7h, 12 pessoas haviam sido presas. Os policiais apreenderam armas, munição, carregadores e um drone.
Conforme a investigação, os pilotos que atuavam para o grupo se reportavam a Fernando Luis do Val Júnior, de 41 anos, que chegou a ser incluído na lista de procurados da Interpol e fugiu de lancha pelo Caribe, antes de retornar ao Brasil e ser recapturado por policiais disfarçados de torcedores de clubes cariocas. Ele estava preso e recebeu nova ordem de prisão dentro da cadeia.
O delegado destaca ainda que ele exercia um papel de liderança entre os demais pilotos do grupo e outras pessoas ligadas ao tráfico aéreo de drogas.
— Ele tinha pilotos vinculados a ele e outras pessoas que se dedicam ao preparo e logística da aeronave, com abastecimento e descarregamento. Assim que esses aviões chegavam em terra, já havia um veículo esperando para fazer esse descarregamento de forma bem rápida e breve para não levantar suspeitas. Eles chegavam a transportar de 400 a 500 quilos de cocaína por semana — destacou o delegado.
Um desses associados era o alvo encontrado na manhã de segunda-feira, em Gravatal (SC). Ele estava sendo monitorado por tornozeleira eletrônica desde julho deste ano quando recebeu o benefício da prisão domiciliar humanitária por conta de uma cirurgia.
O esquema foi descoberto a partir da apreensão do celular de um homem apontado como o tesoureiro do grupo ainda em 2021. Mensagens interceptadas mostram que o grupo chegava a movimentar R$ 1 milhão por remessa em dinheiro vivo.
A investigação continua. O objetivo agora é desarticular o braço financeiro e os operadores de lavagem de dinheiro do grupo.