Passados dois meses, o responsável por aplicar o golpe do cachorro-quente em comerciantes no Parque Farroupilha, a Redenção, em Porto Alegre, ainda não foi identificado, segundo a 17ª Delegacia de Polícia, responsável pela investigação.
Ao longo do mês de outubro, pelo menos duas mulheres que trabalham em carrocinhas próximas ao Monumento ao Expedicionário relataram ter sido vítimas de furtos, possivelmente cometidos pelo mesmo suspeito.
A imigrante angolana Elizabeth Fernanda Chaves, 42 anos, é uma delas e diz ter sido lesada em R$ 1,6 mil. Segundo relato da comerciante, o homem se aproximou e pediu três cachorros-quentes. Sentou-se para comer e pediu que Elizabeth levasse um dos lanches para a esposa dele, que estaria esperando em um veículo. Enquanto a vendedora se deslocava até o carro indicado pelo suposto cliente, ele furtou a bolsa da vítima, que estava guardada dentro da carrocinha.
Conforme Elizabeth, o valor seria usado para comprar insumos e para enviar a parentes que ainda residem no continente africano. O caso foi classificado como furto qualificado mediante fraude.
A vítima registrou boletim de ocorrência junto ao 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM), que foi encaminhada para a 17ª Delegacia de Polícia Civil de Porto Alegre.
A segunda vítima, que registrou boletim de ocorrência online, também encaminhado para a 17ª DP, foi a proprietária de uma carrocinha estabelecida há 20 anos na esquina da Avenida José Bonifácio com a Rua Vieira de Castro. Olga de Fátima Braga da Silva, 57 anos, alega ter sido vítima do mesmo golpista duas vezes.
Da primeira vez, segundo ela, o homem pediu três cachorros-quentes. Enquanto a vítima preparava o terceiro, ele foi embora sem pagar. Na segunda vez, ele pediu três quentões. Enquanto Olga servia a bebida, ele furtou o celular dela, que estava dentro da carrocinha.
Segundo a comerciante, o prejuízo foi de R$ 1,7 mil do telefone furtado e R$ 180 que o suspeito conseguiu movimentar por meio de um aplicativo bancário instalado no celular. A vítima não tem atualizações a respeito da identificação do suspeito.
— Sei que a Brigada Militar estava monitorando, para ver se pegavam ele, mas não sei se conseguiram pegar. Me falaram que estavam atrás do suspeito, mas realmente não sei se eles conseguiram capturá-lo — explica Olga.
Os crimes ocorreram entre um recém-inaugurado posto avançado da Guarda Municipal e o Posto Bom Fim, da Brigada Militar. Até a publicação desta reportagem, a 17ªDP não informou quais ações estão sendo realizadas para viabilizar a identificação e prisão do suspeito.
BM não tem registros de novas ocorrências
Conforme o 9° Batalhão de Polícia Militar (9° BPM), responsável pelo policiamento na região da Redenção, não foram registradas novas ocorrências semelhantes no local.
Segundo o comandante da Guarda Municipal de Porto Alegre, Marcelo Nascimento, o posto avançado da Guarda Municipal, localizado próximo ao Monumento ao Expedicionário, também não registrou nenhum roubo a estabelecimentos do tipo da região nos últimos dois meses.