Luiz Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho e considerado o líder da maior milícia do estado do Rio de Janeiro, se entregou à Polícia Federal (PF) no fim da tarde deste domingo (24). O miliciano estava foragido desde 2018 e tinha 12 mandados de prisão.
Nos últimos meses, as autoridades vinham intensificando esforços em diversas operações para capturar Zinho. Após negociações, o miliciano se apresentou na Delegacia de Repressão a Drogas (DRE) e Grupo de Investigações Sensíveis e Facções Criminosas da PF (GISE), na Superintendência Regional da PF, onde a prisão foi formalizada. Ainda segundo a PF, ele permanece à disposição da Justiça no sistema prisional do Estado.
Zinho foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para os procedimentos padrão e conduzido para o Complexo Penitenciário de Gericinó, localizado em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo o portal G1, informações obtidas pela TV Globo revelam que, após concluir os procedimentos de entrada no sistema penal do estado, o miliciano foi prontamente encaminhado para a Penitenciária Laércio da Costa Pelegrino, mais conhecida como Bangu 1, unidade de segurança máxima. Ele encontra-se na galeria destinada a milicianos dentro da penitenciária.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, expressou sua satisfação com a prisão nas redes sociais:
Quem é Zinho?
O miliciano tornou-se líder da milícia de Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, zona oeste do Rio de Janeiro, em 2021, sucedendo seu irmão, Wellington da Silva Braga, também conhecido como Ecko, após sua morte.
Com 12 mandados de prisão emitidos em seu nome, Zinho é considerado o miliciano mais procurado do Estado, segundo informações do governo. Sentenças e despachos judiciais, incluindo a mais recente, datada do dia 15, o apontam como chefe do maior grupo paramilitar na Zona Oeste.
Antes de assumir a liderança da milícia, Zinho estava envolvido nas atividades de lavagem de dinheiro do grupo, principalmente na Baixada Fluminense.
A liderança do grupo também teve outros nomes, como Matheus da Silva Resende, conhecido como Faustão ou Teteus, morto em ação policial em outubro deste ano, resultando em represálias que incluíram incêndios a 35 ônibus em bairros da Zona Oeste.
Antes de Zinho, seus irmãos, Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, e Wellington da Silva Braga, o Ecko, ambos mortos, comandaram o grupo paramilitar.
As atividades do miliciano também incluiriam relações com a deputada estadual Lucinha, chamada de "madrinha", que supostamente lutava pelos interesses das vans, fonte de renda do grupo, além de intervir em operações contra Danilo Dias Lima, conhecido como Tandera, e até mesmo influenciar na mudança do comando de batalhão na área.
Dados de processos indicam que Zinho é acusado de ordenar o uso de carros clonados para localizar e executar rivais, ser mandante da morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, fundador da milícia, e determinar o pagamento de propina a policiais para obter informações sobre operações. Há também alegações de um esquema milionário de lavagem de dinheiro.