Detido em presídio de Alegrete desde 13 de julho, Emerson da Silveira Leonardi teve a prisão temporária convertida em preventiva no domingo (10). Ele é o principal suspeito da morte da prima, a enfermeira Priscila Ferreira Leonardi, de 40 anos. O prazo de 30 dias da detenção de Emerson se encerrava no domingo, mas o suspeito foi mantido em cárcere porque a Justiça acatou o pedido da Polícia Civil e determinou a prisão preventiva. Agora, não há mais prazo para a privação de liberdade terminar.
As informações foram confirmadas pela delegada Fernanda Graebin Mendonça, da 1ª Delegacia de Polícia de Alegrete, e também pela defesa de Emerson. A delegada afirmou que deve finalizar o inquérito ainda em setembro. A principal linha de investigação indica que Emerson teria contratado pessoas para sequestrar Priscila e subtrair bens dela mediante extorsão, mas algo escapou do planejado, resultando no brutal homicídio.
A reta final da investigação tem como um dos principais objetivos identificar quem teriam sido os cooptados para executar a trama. A polícia trabalha com a possibilidade de os demais participantes serem ligados a facção criminosa.
A enfermeira morava desde 2019 em Dublin, na Irlanda, onde trabalhava em um lar de idosos. Ela estava em Alegrete, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, para tratar de pendências relacionadas ao inventário do falecido pai. Priscila desapareceu na noite de 19 de junho, após sair da casa em que Emerson residia. Na manhã seguinte, o primo registrou ocorrência de desaparecimento. O corpo da vítima foi encontrado somente no dia 6 de julho, em estado avançado de decomposição, com sinais de espancamento, preso em galhos à margem do Rio Ibirapuitã. A causa da morte foi estrangulamento e a necropsia apontou traumatismo encefálico.
Emerson e Priscila tinham querelas patrimoniais. Ao retornar ao Brasil em 2023, a enfermeira teria tomado conhecimento de que a esposa do primo e uma outra familiar foram beneficiárias de saques de R$ 167 mil feitos da conta bancária do pai de Priscila, com cheques, dias antes dele morrer, em maio de 2020. Ela também estava processando judicialmente Emerson para cobrar uma dívida de mais de R$ 200 mil pela casa em que ele morava em Alegrete.
Contraponto
A advogada Jô Ellen Silva da Luz, responsável pela defesa de Emerson, se manifestou em nota: “Depois de um final de semana bastante tumultuado processualmente, foi decretada a preventiva pelo juiz plantonista. De qualquer forma, também foi estabelecido um prazo para que as investigações sejam concluídas, até porque meu cliente não vai ficar eternamente preso esperando que a autoridade policial faça o trabalho dela. A defesa irá trabalhar em um habeas corpus, ventilando outras possibilidades e novas situações que apareceram. A defesa espera que as outras pessoas envolvidas sejam presas. Seria interessante apurar os fatos de acordo com essas prisões que são tão necessárias para o esclarecimento. Há elementos para que os demais sejam presos, porém, até o presente momento, não há prisões.”