A Justiça de Alegrete prorrogou, nesta sexta-feira (11), por mais 30 dias a prisão temporária de Emerson da Silveira Leonardi, 30 anos. Ele é o principal suspeito pela morte da prima, a enfermeira Priscila Ferreira Leonardi, 40 anos.
A informação foi confirmada pela delegada Fernanda Graebin Mendonça, da 1° Delegacia de Polícia de Alegrete, que está à frente da investigação.
Emerson está preso desde 13 de julho e a prisão dele venceria no próximo domingo (13). Para manter ele detido, a Polícia Civil fez o pedido de prorrogação, acatado pela Justiça. O prazo é de 30 dias por se tratar de crime hediondo.
A vítima morava em Dublin, na Irlanda, e estava em Alegrete, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, para tratar de pendências relacionadas ao espólio do falecido pai dela.
Priscila, que trabalhava como enfermeira em um lar de idosos na Europa, desapareceu no dia 19 de junho, após ter saído da casa em que morava o primo Emerson e sua família.
Na manhã seguinte, o próprio Emerson registrou ocorrência de desaparecimento. O corpo de Priscila foi encontrado somente em 6 de julho, em estado avançado de decomposição, com sinais de espancamento, preso em galhos às margens do Rio Ibirapuitã. A causa da morte foi estrangulamento, e a necropsia apontou traumatismo encefálico.
A principal linha de investigação da Polícia Civil aponta que Emerson teria sido o mandante do sequestro seguido de extorsão, com a suposta intenção de subtrair bens e valores de Priscila. Na execução do crime, contudo, algo teria escapado do planejamento, culminando no brutal assassinato.
Emerson e Priscila tinham disputas patrimoniais. De volta ao Brasil neste ano, a enfermeira soube que a esposa do primo e outra familiar foram beneficiárias de saques de R$ 167 mil feitos da conta bancária do pai de Priscila, com cheques, dias antes de ele morrer, em 2020. A enfermeira também estava processando Emerson na Justiça para cobrar dele dívida de mais de R$ 200 mil pela casa em que ele morava em Alegrete.
Um dos principais objetivos da investigação, no momento, é identificar quem seriam os executores do crime, que atuaram a mando de Emerson. Uma das linhas de apuração indica que eles seriam ligados a uma facção criminosa.
Contraponto
A advogada Jo Ellen Silva da Luz afirma que irá ingressar com pedido de habeas-corpus na próxima semana.
"Nos atendimentos que venho fazendo ao Emerson, já havia falado com ele que essa possibilidade de prorrogação existia. Ele já estava preparado para isso", disse, em nota, Jo Ellen.
A advogada considera que, passados os primeiros 30 dias de prisão, terá mais possibilidades de movimentação jurídica para buscar a liberdade de Emerson e juntar documentos e informações ao inquérito.
"Todos os passos da defesa estão sendo cuidadosamente calculados e as medidas corretamente aplicadas, respeitando os prazos", registrou a advogada.