O presidente da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), engenheiro Melvis Barrios Junior, foi exonerado do cargo nesta quinta-feira (17). A informação foi dada pela colunista Rosane de Oliveira no Gaúcha Atualidade. Melvis foi um dos alvos de operação policial que apura suposto direcionamento de licitação para a compra de três caminhões no valor de R$ 2,1 milhões.
A decisão pela exoneração "a pedido" foi definida em uma reunião de Melvis com a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, nesta manhã. Rosane também anunciou que o substituto será Ademir Baretta, profissional com experiência em gestão e participação em diversos conselhos de estatais. É formado em Direito e ex-prefeito de Farroupilha.
A licitação sob investigação foi realizada em 2022. Conforme a polícia, o negócio teria sido desencadeado a partir de oferta de uma empresa interessada e não por iniciativa da CRM. A empresa teria enviado e-mail para um diretor da empresa pública (também investigado) oferecendo a venda de seis caminhões. Esse servidor teria achado a oferta interessante e passado o assunto ao presidente.
Depois disso, dois servidores da CRM viajaram a Minas Gerais para inspecionar os caminhões oferecidos pela empresa investigada. Em um relatório, teriam registrado que dos seis caminhões ofertados apenas três tinham horas de uso abaixo de 20 mil. Somente depois disso o processo de licitação foi aberto.
Quando o edital para o pregão eletrônico foi elaborado, as especificações técnicas citavam a aquisição de três caminhões com menos de 20 mil horas de uso e também destacando a marca e o modelo dos veículos oferecidos pela empresa. O conjunto de exigências fez com que os caminhões ofertados pela empresa se enquadrassem no que a companhia procurava.
Na terça-feira (15), quando a 1ª Delegacia de Combate à Corrupção cumpriu os primeiros mandados de busca da Operação Off Road, o presidente disse à GZH:
— É uma suspeita infundada (a de licitação direcionada). Foi um processo licitatório transparente, aprovado pelo Conselho de Administração, Diretoria Executiva e Jurídico. Os caminhões foram comprados abaixo do preço de mercado. Há cerca de dois meses, respondemos questionamentos do Ministério Público, enviamos documentos. Estou aberto a questionamentos, faço questão de depor para esclarecer. Não teve direcionamento. Fizemos uma única exigência no edital, de que os caminhões tivessem, no máximo, 20 mil horas de uso. Só isso. É uma exigência que protege a companhia.
GZH tenta novo contato com Melvis.