O Ministério Público (MP) analisa recurso para tentar reverter decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que deu novamente a Marizan de Freitas, 35 anos, o direito a sair do regime fechado para prisão domiciliar em função de condições de saúde. Conhecido como Maria, o criminoso soma 38 anos de condenações e é apontado pela polícia como um dos líderes de uma facção que atua no Vale do Sinos. Ao ganhar o benefício anteriormente, ele fugiu, sendo recapturado em 30 de julho, em São Paulo.
A defesa sustentou perante o STJ necessidade de cuidados de saúde, já que Marizan fez uma cirurgia na coxa direita e na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) não haveria condições para sua plena recuperação. Foi apresentado um laudo médico, firmado pelo cirurgião particular que fez a operação, no qual é citado que o paciente está com princípio de infecção. A consulta ocorreu em 3 de agosto, dentro da Pasc, quatro dias depois de Marizan voltar ao cárcere.
Não consta na decisão do ministro Rogerio Schietti Cruz, no entanto, qualquer informação ou análise sobre a fuga do criminoso. Ele havia saído da Pasc com autorização da Vara de Execuções Criminais (VEC) para fazer a cirurgia, que ocorreu, conforme os autos, em 25 de julho.
Dois dias depois, uma inspeção de policiais militares no endereço de luxo que Marizan havia declarado como local em que faria sua recuperação indicou que ele não estava no imóvel. Com isso, o MP recorreu e conseguiu reverter a prisão domiciliar.
Ao ser preso no dia 30, em ação conjunta do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), foi levado novamente para a Pasc.
GZH tentou contato com a defesa de Marizan, mas não obteve retorno.