O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), da Polícia Civil, está de parabéns. Numa investigação que durou quase seis meses, localizou e prendeu o mais notório foragido gaúcho, Sandro Alixandro de Paula, o Zoreia, cujas penas somam 242 anos de prisão.
Ele foi encontrado pelos policiais civis gaúchos flanando por uma praia no Pará, com documentos falsos. Teria peregrinado nos últimos meses pelo Paraguai, antes de se radicar na Amazônia.
Conhecido como "Rei da Maconha" na região das Missões e no noroeste gaúcho, ele é apontado como mandante de vários homicídios. Gravações indicam que extorquiu, de dentro da prisão, banqueiros da jogatina ilegal na fronteira, donos de revendas de carro e comerciantes em geral.
O curioso é que Zoreia estava caminhando, em liberdade, desde fevereiro. Alegando doença, conseguiu na Justiça permissão para cumprir a pena em casa (prisão domiciliar humanitária). Deu a lógica. Poucos dias após receber o benefício, o criminoso rompeu a tornozeleira eletrônica e ganhou o mundo.
Policiais, cidadãos comuns e até eu estranhamos como é que um sujeito com penas acumuladas de 243 anos é autorizado a ir para casa, mesmo que por razões humanitárias. O risco que ele representa, penso eu, é diametralmente oposto à boa vontade do juiz que o libertou.
A tornozeleira, para este criminoso, foi como ganhar na loteria. Não desperdiçou a oportunidade.
Menos mal que o longo braço da Polícia Civil gaúcha (com ajuda de colegas paraenses) alcançou esse chefe do crime.