Uma clínica de reabilitação para dependentes químicos clandestina foi fechada e 48 pessoas foram resgatadas em Maquiné, no Litoral Norte. O estabelecimento funcionava sem autorização. Os pacientes relataram más condições de alimentação e moradia. A Polícia Civil investiga o caso.
A clínica operava no distrito de Morro Alto, às margens da RS-407, havia cerca de cinco meses, e a prefeitura soube do local a partir de postagens nas redes sociais. Uma visita prévia da Vigilância Sanitária constatou irregularidades e, na terça-feira (8), uma força-tarefa formada por prefeitura, Brigada Militar, Polícia Civil e 18ª Coordenadoria Regional de Saúde interditou a clínica.
— Encontramos um local insalubre, com alimentos vencidos, condições praticamente inabitáveis para a condição humana. Os internos relataram que sofriam — afirma o secretário de Saúde de Maquiné, João Marcos de Carvalho.
Entre os relatos, estariam, inclusive, denúncias de tortura. Pacientes teriam direito a visitas quinzenais, mas seriam coagidos a não relatar aos familiares as condições em que viviam no local, sob pena de ter essas visitas suspensas.
— O que temos de concreto é que a clínica de reabilitação foi interditada. Não tinha alvará para funcionamento e, segundo a Vigilância, não estava em condições de funcionar. Vamos instaurar inquérito e apurar para saber a extensão dessa denúncia, se há algum crime a mais a ser esclarecido — explica o delegado dValdernei Tonete.
Os 48 homens resgatados foram levados ao Salão Paroquial do município ainda na terça-feira. A maioria já retornou para as famílias. Apenas um dos pacientes era de Maquiné. Os demais vieram de municípios do Litoral Norte, da Região Metropolitana, de Santa Catarina e do Uruguai. Um deles ainda aguarda a chegada da família e foi encaminhado para uma clínica conveniada ao município.