A delegacia da Polícia Federal (PF) em Santa Maria deflagrou na manhã desta quinta-feira (10) a Operação Springfield, com objetivo de desarticular uma organização criminosa que vendia drogas sintéticas em Santa Maria. Segundo a investigação, os entorpecentes vinham de São Paulo e Rio de Janeiro por Correios ou transportadoras.
Um homem de 20 anos, e uma mulher que seria namorada dele, de 18, apontados como líderes do grupo, foram presos preventivamente. Os nomes deles não foram divulgados. Além disso, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, sequestros de veículos, apreensão de bens e bloqueio de valores em contas bancárias.
Conforme a PF, o grupo começou a ser investigado em outubro de 2022, quando a Receita Federal apreendeu, em uma transportadora em Santa Maria, uma encomenda com drogas, enviada do Rio de Janeiro. Na sequência, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na casa da destinatária da encomenda, onde foram encontradas porções de LSD, ecstasy, lança-perfume e haxixe.
A investigação indicou que o casal preso nesta quinta era responsável pelo esquema. Segundo a PF, eles encomendavam drogas do Rio de Janeiro e de São Paulo, e usavam endereços de laranjas, que eram pagos para receber os pedidos. Depois os entorpecentes eram encaminhados para um depósito provisório. A venda era feita por aplicativo de mensagens e a entrega realizada por motoboys.
Ainda de acordo com o apurado pela polícia, os investigados usavam perfis em redes sociais, e-mails e cadastros telefônicos com nomes falsos para se comunicar. Utilizavam também nomes relacionados a personagens de filmes ou desenhos animados — os dois presos preventivamente, por exemplo, eram identificados por Bart e Lisa, os irmãos da série Os Simpsons. Por isso, o nome da operação é Springfield, em alusão à cidade em que os personagens residem na animação.
O dinheiro obtido com o tráfico seria lavado por meio de uma distribuidora de bebidas, que foi alvo de buscas nesta quinta. A Polícia Federal estima que o esquema movimentou mais de R$ 3 milhões desde 2022. A investigação segue para identificar outros envolvidos.
Os dois presos são investigados por tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Participaram da operação 55 policiais federais, além de agentes da Receita Federal e da Superintendência de Serviços Penitenciários.
Colaborou Lucas de Oliveira.