A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) realizaram, nesta segunda-feira (24), a prisão de Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, na primeira fase da Operação Élpis, investigação que abrange os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.
Conforme o portal g1, o ex-bombeiro havia sido condenado em 2021 a quatro anos de prisão por obstrução das investigações, mas cumpria pena em regime aberto desde então. Em junho de 2020, ele já havia sido preso anteriormente.
Segundo informações do MPRJ, Maxwell era proprietário do veículo utilizado para esconder as armas encontradas em um apartamento pertencente a Ronnie Lessa, um dos acusados de ser um dos autores do assassinato. Além disso, Suel também teria participado da tentativa de descartar o armamento no mar.
A prisão de Suel ocorreu em sua residência, localizada no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste, e ele será levado para a sede da PF, situada na Zona Portuária.
No total, sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Grande Rio durante a operação. É importante destacar que Élpis é o nome da deusa grega da esperança.
Crime sem respostas
Em 2023, o ataque que culminou nas mortes de Marielle Franco e o seu motorista Anderson Gomes completou cinco anos, e desde fevereiro, a Polícia Federal assumiu a investigação do caso.
Até o momento, informações sobre quem ordenou o assassinato de Marielle e a razão por trás do crime permanecem obscuras.
A primeira etapa da apuração foi concluída conjuntamente pela Polícia Civil e o Ministério Público, resultando na prisão e julgamento de Ronnie Lessa, um policial militar reformado acusado de realizar os disparos, e Élcio de Queiroz, ex-PM que supostamente dirigiu o veículo Cobalt prata usado na perseguição das vítimas. Ambos negam envolvimento no homicídio.
Ronnie Lessa e Suel são amigos próximos. Ambos estão cumprindo pena em prisões federais de segurança máxima, enquanto aguardam o agendamento do julgamento pelo Tribunal do Júri.
Além do crime relacionado ao assassinato de Marielle, Ronnie Lessa já foi condenado por outros delitos, incluindo o comércio e tráfico internacional de armas, bem como obstrução das investigações e destruição de provas.
Repercussão
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, postou mensagem no seu perfil do Twitter em que reafirma a confiança nas investigações. “Falei agora por telefone com o ministro Flávio Dino e com o diretor-geral da Polícia Federal sobre as novidades do caso Marielle e Anderson. Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF e repito a pergunta que faço há cinco anos: quem mandou matar Marielle e por quê?”, questionou mais uma vez.
Também no Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Púbica, Flávio Dino, publicou mensagem sobre a operação da PF e do MPRJ. “Hoje, a Polícia Federal e o Ministério Público avançaram na investigação que apura os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão”, disse ele.
Na mesma rede social, o presidente da Embratur Brasil, Marcelo Freixo, considerou mais um passo importante para a solução dos assassinatos. “Quem mandou matar Marielle? Mais um passo importante da polícia federal para identificar os mandantes do crime. Marielle e eu trabalhamos juntos desde 2006 e sempre enfrentamos a máfia assassina que comanda o RJ. Por isso, apontar os autores desse crime político é crucial para reconstruirmos nosso Estado”, finalizou.