Uma jovem de 24 anos que foi agredida e assaltada no centro de Porto Alegre, na madrugada de domingo (30), foi internada no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) e, nesta quinta-feira (4), permanecia em coma, em razão de uma lesão na cabeça, e em estado grave.
Laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) indicou que ela não sofreu violência sexual, suspeita levantada por populares que encontraram a vítima desacordada e com diversos ferimentos pelo corpo. O caso é investigado como roubo pela Polícia Civil.
Conforme a investigação, a jovem esteve em um bar com amigas no sábado (29) à noite. Ela deixou o local sozinha e teria se perdido na região central da cidade. Ao longo da madrugada de domingo, enviou ao menos quatro mensagens para amigas pelo celular — a jovem estava com dois aparelhos de telefone.
De acordo com o comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Fábio Schmitt, a primeira mensagem foi enviada por ela às 2h de domingo: "Acho que estou perdida, estou próximo à Redenção". Por volta das 3h30min, uma nova mensagem foi enviada por um dos celulares da jovem: "Perdi meu celular, estou checando no bolso de um indivíduo". Às 4h20min, enviou: "Estou com um mendigo, estou próximo de um mendigo". A última comunicação ocorreu às 4h32min, quando ela escreveu: "Roubaram meu celular e a minha carteira".
Às 6h50min, a jovem foi encontrada por populares em um gramado perto da entrada do Túnel da Conceição, próximo à antiga sede da Secretaria da Produção, Indústria e Comércio (Smic). Um policial militar que estava em uma rua próxima, em um ponto-base, foi chamado pelo grupo e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A jovem estava inconsciente, com diversos ferimentos pelo corpo, no rosto e na cabeça, e seminua. A vítima foi levada para o Hospital de Pronto-Socorro (HPS), onde permanece internada.
A vítima, cujo nome não foi divulgado, trabalha em uma loja no bairro Cidade Baixa e é moradora da Zona Sul. Como não voltou para casa no sábado, a família achou que ela tivesse dormido na casa de uma amiga. No domingo pela manhã, os familiares perceberam o sumiço quando uma das amigas entrou em contato perguntando por ela.
Suspeita de estupro é descartada
Em razão das circunstâncias em que a vítima foi encontrada, foi levantada a hipótese de que ela tivesse sofrido violência sexual. Um laudo médico foi pedido pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).
No entanto, "os exames periciais e demais diligências investigativas afastaram ocorrência de estupro", informou a delegacia. Assim, o caso segue sendo investigado como roubo pela 1° delegacia da Capital.
O comandante do 9º BPM, responsável pelo policiamento no local, afirmou que rondas são feitas constantemente pelas equipes, inclusive de madrugada, com viaturas, motocicletas e bicicletas. Há ainda um ponto-base, onde PMs permanecem posicionados, perto do Túnel da Conceição. O tenente-coronel afirma ainda que o número de roubo a pedestre na região está controlado.