Polícia Civil e Brigada Militar (BM) monitoram ameaças a escolas em todo o Estado, com foco em interceptar potenciais riscos, com base em provas, antes de uma possível ação. Nesta semana, pelo menos sete adolescentes foram apreendidos — seis deles nas últimas 24 horas.
Um deles seria um colega do jovem de Maquiné, no Litoral Norte, que foi apreendido terça-feira (11) pela suspeita de planejar ataque na cidade. Os dois teriam trocado mensagens sobre possíveis atos suspeitos. Outro jovem, apreendido nesta quinta-feira (13), é estudante do mesmo município e a polícia apura o envolvimento dele. Os dois foram detidos para averiguação. Mas houve casos, inclusive já com internações na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), também em Balneário Pinhal, São Luiz Gonzaga, Montenegro e Rolante.
Há ações em outras cidades que estão sendo averiguadas, mas as forças de segurança estão averiguando caso a caso. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado, o objetivo é prevenir e tirar de circulação envolvidos em planos ou ameaças, garantindo que as aulas ocorram de forma tranquila.
Uma força-tarefa das polícias segue nesta quinta-feira em Maquiné para verificar se o plano de ataque no município tinha ligações com investigados de outros Estados, com grupos neonazistas ou simplesmente se há mais envolvidos com o adolescente apreendido.
O jovem, que teve os pais presos por apologia ao nazismo e organização criminosa, também responde por crime análogo a terrorismo. Ele está internado na Fase. Outro adolescente apreendido na cidade, na quarta-feira (12), seria colega dele na mesma escola. Os dois trocavam mensagens entre si e ainda com um outro menor de idade do Paraná, também apreendido nesta semana por suspeita de planejar ataques. O terceiro adolescente apreendido em Maquiné também é apontado por participação em planos de ataques, mas, por enquanto, os agentes não estão revelando mais detalhes. Apesar das informações não estarem sendo repassadas porque precisam de mais confirmações, o trabalho continua em Maquiné para entender o que estava sendo planejado no município.
Vale do Paranhana
Em Rolante, um adolescente de 14 anos foi apreendido na quarta-feira por administrar uma página em rede social com conteúdo ameaçador. Foi solicitada a internação dele na Fase porque havia ameaças e planos para ações em escolas. A conta já foi desativada.
Ele, segundo a polícia, citou vários locais como possíveis alvos, fazendo até enquetes com internautas sobre formas de agir. Ele teve celular e caderno de anotações apreendidos durante buscas em sua residência. Na manhã, ele aguardava por decisão sobre o local onde seria internado, se em uma unidade da Fase em Novo Hamburgo ou até mesmo em Porto Alegre.
Vale do Caí
Em Montenegro, no Vale do Caí, uma adolescente de 14 anos também foi internada na Fase por ameaças a escolas. Ela foi alvo de uma ação integrada entre Polícia Civil, BM, Ministério Público e Justiça. A internação é provisória e foi por enviar mensagens pelo WhatsApp sobre ataques com datas marcadas a três estabelecimentos de ensino da cidade.
Durante buscas, autorizadas pela Justiça, sobre este caso, foram apreendidas munição de airsoft, facas e soqueiras. Os materiais estariam nas casas de pessoas que mantinham contato com a adolescente. O envolvimento dos suspeitos em alguma possível ameaça também é averiguado.
Os fatos foram enquadrados em incitação ao crime, atentado contra a segurança e o funcionamento de serviço de utilidade pública, ameaça e provocação de alarme.
Região das Missões
Em São Luiz Gonzaga, na região das Missões, um adolescente também foi apreendido e encaminhado à Fase por postar fotos com armas. Está sendo averiguado o envolvimento dele em suspeitas de ameaças a colégios. Na casa do jovem havia três armas e munição. O material foi recolhido. O pai do adolescente disse que o armamento era seu, mas a apreensão foi mantida porque não havia registro.
Litoral Norte
Em Balneário Pinhal, no Litoral Norte, uma aluna de 11 anos — de uma escola local — foi apreendida na quarta-feira após denúncia de colegas. A BM averiguou a situação e, ao revistar a mochila da estudante, encontrou uma adaga e dois martelos.
Ela foi encaminhada para o Conselho Tutelar e será investigado se participava de algum planejamento sobre possível ataque a estabelecimentos de ensino. O fato ocorreu na praia do Magistério. As investigações continuam e a SSP relembra que, antes que alguém repasse informações sem procedência e causando pânico, procure a delegacia mais próxima ou faça registro de ocorrência online.
A força-tarefa montada pela Polícia Civil tem celular disponibilizado para denúncias: (51) 98444-0606. Contatos também podem ser feitos no período de 24 horas na própria SSP pelo telefone 181 e no Disque-Denúncia da própria polícia pelo telefone 197.