O júri de cinco acusados por uma chacina ocorrida há mais de cinco anos na Capital encerrou no fim da tarde desta sexta-feira (10), no Foro Central, em Porto Alegre. Três réus foram condenados e dois absolvidos pelas mortes de quatro pessoas assassinadas na manhã de 11 de julho de 2017, na Vila Brasília, no bairro Sarandi, na Zona Norte.
O julgamento iniciou às 9h30min de quinta-feira (9) e foi presidido pelo juiz Nildo Inácio. Os debates seguiram até 21h50min, quando o júri foi interrompido, e a sessão foi retomada com réplica e tréplica na manhã desta sexta-feira.
Cristian Michel Silva do Nascimento foi condenado a 66 anos de prisão. Juliano Guimarães da Silva foi condenado a 42 anos, 9 meses e dois dias de prisão e Bruno Müller da Silva, a 38 anos. Já William Miranda Lemes, representado pela Defensoria Pública do Estado (DPE) e Luís Felipe Bittencourt de Oliveira, defendido pelo advogado Jean Severo Menezes, foram absolvidos por insuficiência de provas. Conforme o Tribunal de Justiça do Estado (TJ), os cinco estão presos na Cadeia Pública de Porto Alegre (antigo Presídio Central).
Na data do crime, a Brigada Militar foi acionada por populares que ouviram os sons de disparos de armas de fogo. No local, os policiais militares encontraram quatro corpos em um beco da Rua Francisco de Medeiros. Os réus responderam pelos quatro homicídios, além de receptação de veículo, corrupção de menor e adulteração de sinal de veículo.
Conforme relatos de moradores aos policiais, criminosos chegaram ao local armados com pistolas e fuzis e efetuaram disparos contra as vítimas. Entre elas estava um adolescente, identificado como Juliano Santos dos Reis, 17 anos, o Juju. Também foram mortos Douglas da Conceição Garcia, 18 anos, o Dodô, e Dênis Fabrício dos Santos Borssato, 22, além de Jair Silva dos Santos, 39.
Uma das principais linhas de investigação da polícia à época era de que o crime tinha relação com grupos criminosos ligados ao tráfico de drogas, e que foi cometido como forma de intimidar grupos rivais que atuavam na região. O Ministério Público denunciou sete homens no decorrer do processo.
Inicialmente, a Justiça determinou que seis fossem a júri e impronunciou um deles. A acusação recorreu, tentando que ele também fosse a júri, mas o pedido foi negado pela Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. Na mesma decisão, ficou estabelecido que um segundo réu não deveria ir a julgamento. Com isso, cinco réus foram enviados ao Tribunal do Júri.
Procurada por GZH, a Defensoria Pública informa que "respeita a decisão do plenário, mas que irá recorrer nos autos do processo no que julgar necessário para tentar reduzir a pena que foi imposta aos réus".