A prefeitura de Canoas, que participou de uma reunião esta semana na cidade com integrantes das forças de segurança que atuam no município, anunciou nesta sexta-feira (10) que chamou 54 pessoas que iniciarão curso preparatório, que resultará na incorporação de 40 guardas municipais. Um dos objetivos é a participação do efetivo em operações integradas, como as que têm ocorrido neste ano para combater a crescente onda de homicídios.
Os candidatos iniciarão o curso de cinco meses em abril e o secretário de segurança, Marcelo Pitta, espera que todos estejam aptos para atuar nas ruas já em setembro deste ano. Eles irão se somar a outros 104 que já atuam pelo executivo e a meta é chegar a um número de 200 a partir do próximo ano.
Pitta ressalta que a secretaria e a empresa contratada já estão agilizando o edital e a logística para a realização do curso. Até abril, as 54 pessoas chamadas, assim que forem comunicadas, devem apresentar toda a documentação exigida. Os futuros agentes também participarão de aulas de tiro e sobre conhecimento de armas.
Para a prefeitura, que já faz parte de um gabinete de gestão integrada com Brigada Militar e Polícia Civil, a ideia é que os agentes possam cada vez mais atuarem no combate a delitos, mas também em patrulhamentos. Além de ações integradas, também há o monitoramento em áreas e prédios públicos, assim como também em diversos outros espaços na cidade.
— Nossos atuais guardas já atuam na Operação Amanhecer Seguro, fazendo rondas a partir das cinco horas da madrugada em paradas de ônibus e no Trensurb, por exemplo. E queremos implementar, após o reforço de efetivo, a Operação Retorno Seguro, a partir das 18h de cada dia — diz Pitta.
O anúncio dos novos guardas municipais ocorre em uma semana em que os homicídios tiveram um aumento em Canoas, chegando a 30 desde o início de janeiro. Nove deles ocorreram nos últimos 14 dias. O total até agora já representa quase metade do número registrado em todo o ano passado, quando ocorreram 62 assassinatos na cidade.
Além do reforço de efetivo e de ações integradas, a prefeitura pretende tirar do papel o projeto de cercamento eletrônico. A Brigada Militar intensificou o patrulhamento com batalhões de operações especiais, Choque e de Aviação. A escalada da violência teria sido originada após a morte de dois líderes do tráfico, em 2022, causando um acirramento na disputa por territórios.
A Polícia Civil transferiu para Canoas o gabinete do diretor da Divisão de Homicídios da Região Metropolitana por 15 dias, podendo ser prorrogado por mais 15 e informa que as ações estão sendo intensificadas. Entre elas, operações para cumprir ordens judiciais sobre homicídios, combater a lavagem de dinheiro do tráfico e identificar líderes que dão as ordens para execuções.