O homem de 33 anos, morto pela Brigada Militar dentro de uma malharia na noite de quinta-feira (9) em Dois Irmãos, no Vale do Sinos, buscava pela ex-companheira, que era funcionária do local. O casal se relacionava há cerca de dois anos e estaria separado desde o início do mês.
De acordo com a Polícia Civil, com o fim do relacionamento, a mulher saiu da residência em que morava com o companheiro em Dois Irmãos. Após esse episódio, ela relatou que o homem demonstrou agressividade e fez ameaças.
No dia seguinte à separação, ele teria enrolado fios elétricos na maçaneta da porta da casa da mulher, para que ela levasse um choque ao chegar. A vítima registrou ocorrência policial e pediu medida protetiva. Na terça-feira (7), a polícia pediu a prisão preventiva do homem, que acabou sendo decretada na quinta, momentos antes de ele ir até a loja.
O delegado Felipe Borba, no entanto, afirma que o homem não chegou a ser notificado. Carlos Eduardo da Costa, 33 anos, trabalhava em São Leopoldo e já vinha sendo monitorado pelos agentes.
— Nós aguardávamos análise judicial sobre a prisão preventiva, que havíamos solicitado. Minutos antes do ocorrido foi expedido o mandado de prisão — diz o delegado.
Ele conta que a investigação apurou que por volta das 18h40min de quinta, Carlos Eduardo foi atrás da ex-companheira no local de trabalho dela, na loja matriz da malharia Daiane. O homem chegou em um carro de aplicativo levando uma sacola cheia de garrafas, algumas preparadas como coquetéis molotov — usados para iniciar incêndios. Como o estabelecimento já estava fechado, ele jogou garrafas contra a vidraça e ingressou pelos fundos da loja.
A ex-companheira pediu demissão dois dias antes, por imaginar que poderia ser procurada no local, e não estava lá. O homem então rendeu uma outra funcionária e, com uma garrafa quebrada, manteve ela refém na parte dos fundos do estabelecimento.
Enquanto fazia exigências, entre elas a presença da ex, ele agrediu a mulher e a cortou com a garrafa, nas costas e na nuca. A Brigada Militar chegou ao local e por cerca de 10 minutos tentou negociar com o agressor. Como o homem impedia que a mulher ferida recebesse socorro, um policial disparou quatro vezes contra ele.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou o óbito do homem. A mulher foi levada ao Hospital Geral de Novo Hamburgo. A informação da polícia é que ela levou cerca de cem pontos e segue internada, mas não corre risco de morte.
A Malharias Daiane se manifestou em nota, na qual informou que paralisou as atividades na indústria nesta sexta-feira (10) e que presta toda a assistência à funcionária agredida e aos demais trabalhadores. O local do fato, a loja matiz da empresa, está fechado nesta sexta.