Ao menos 13 testemunhas serão ouvidas nesta quarta (15) e quinta-feira (16) na Justiça Militar, no processo que investiga a morte de Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, após uma abordagem da Brigada Militar em São Gabriel, em agosto de 2022. As audiências serão realizadas no fórum do município da Fronteira Oeste.
Há a possibilidade de outras duas pessoas também prestarem depoimentos, mas elas ainda estão pendentes de notificação. Conforme o Tribunal de Justiça Militar do Estado, são testemunhas de acusação, de defesa e também mencionadas por outras testemunhas ao longo do processo.
Três policiais militares são réus no caso: o segundo-sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen e os soldados Cléber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso. O trio segue detido no Presídio Militar da Capital desde 19 de agosto do ano passado.
Na Justiça Militar, que julga crimes praticados por militares em serviço, eles respondem por ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Até o momento foram feitas três audiências nas cidades de Santa Maria, São Gabriel e Porto Alegre.
Na Justiça comum, que tem competência para julgar casos de crime doloso contra a vida de civis, eles respondem por homicídio triplamente qualificado — motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. Foi realizada uma audiência em dezembro do ano passado. Também foi feita a reconstituição do caso, em 21 de novembro, em São Gabriel.
Gabriel desapareceu após uma abordagem da BM no dia 12 de agosto de 2022. Ele foi colocado por policiais dentro de uma viatura, após ser agredido. O corpo foi encontrado, uma semana depois, dentro de um açude. Registros de GPS apontam que a viatura em que o jovem foi colocado esteve próximo do açude, logo após a abordagem. A perícia determinou que ele morreu em decorrência de um golpe por objeto contundente.