Começou na manhã desta terça-feira (13), em São Gabriel, na Fronteira Oeste, a primeira audiência na Justiça comum do caso Gabriel Marques Cavalheiro, que morreu em agosto, aos 18 anos, após abordagem da Brigada Militar. Conforme o o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-RS), começaram a ser ouvidas as testemunhas de acusação e, se houver possibilidade, também serão ouvidas testemunhas de defesa no mesmo dia.
Ainda não há data prevista para uma próxima audiência, nem previsão de horário de término para esta primeira.
Três policiais militares são réus pelo assassinato do jovem — o segundo-sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen e os soldados Cléber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso.
Na Justiça comum, que tem competência para julgar casos de crime doloso contra a vida de civis, eles respondem por homicídio triplamente qualificado — motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Na Militar, que julga crimes praticados por militares em serviço, respondem por ocultação de cadáver e falsidade ideológica. O trio segue detido no Presídio Militar de Porto Alegre.
Na Justiça Militar, foram feitas três audiências, nas cidades de Santa Maria, São Gabriel e Porto Alegre. Também foi feita a reconstituição do caso, em 21 de novembro, em São Gabriel.
Gabriel desapareceu após uma abordagem da Brigada Militar, no dia 12 de agosto. Ele foi colocado por policiais dentro de uma viatura, após ser agredido. O corpo dele foi encontrado, uma semana depois, dentro de um açude. Registros de GPS apontam que a viatura que Gabriel foi colocado esteve próximo do açude, logo após a abordagem. A perícia determinou que ele morreu em decorrência de um golpe por objeto contundente.