A Polícia Civil do Rio Grande do Sul deu apoio à polícia de Goiás no cumprimento de 16 mandados de prisão e de busca em Porto Alegre e outras cinco cidades da Região Metropolitana e Interior na manhã desta quinta-feira (22). O objetivo da operação é desarticular uma quadrilha que aplicava o chamado golpe dos nudes em todo o país. Oito pessoas foram presas no RS, onde o grupo criminoso teve origem, segundo a investigação. Ainda não foram divulgadas as cidades em que as ordens judiciais foram cumpridas.
A Polícia Civil do Estado de Goiás recebeu em junho diversas denúncias de casos deste tipo de extorsão. Foram identificadas pelo menos três vítimas goianas. No entanto, no decorrer das investigações foi localizada uma vítima de São Paulo e outra do Amazonas. A polícia de Goiás tem indícios de que ao menos 2,7 mil pessoas foram alvos do grupo por todo o País.
Participaram da operação desta quinta cerca de 60 policiais, entre agentes do Rio Grande do Sul e de Goiás. Os investigados responderão por diversas extorsões majoradas, cujas penas chegam a 10 anos de prisão; associação criminosa, com pena de até três anos; falsa identidade, com pena de até um um ano; e, eventualmente, poderão responder por lavagem de dinheiro, cuja pena chega a 10 anos.
As investigações, da Polícia Civil de Goiás, seguem em andamento.
Como funciona o golpe dos nudes
De acordo com a polícia, a quadrilha fazia contato com a vítima por meio de redes sociais, usando um perfil falso em que um golpista se apresentava como uma mulher jovem. Após esse primeiro contato, o criminoso enviava imagens íntimas que seriam da jovem. Em seguida, um integrante da quadrilha se apresentava como pai da moça, dizia que ela era menor de idade e que iria a uma delegacia denunciar a situação — alegadamente, um caso de pedofilia.
Depois, a vítima recebia um terceiro contato, de alguém dizendo ser o Delegado-Geral da Polícia Civil de Goiás. A identificação era falsa e o agente tinha o nome usado de forma indevida. Neste caso, os golpistas exigiam um valor para evitar a instauração de um inquérito e o pedido de prisão do suposto pedófilo. As vítimas, então, acabavam transferindo dinheiro ao grupo.
Polícia de Santa Catarina investiga atuação semelhante
Nessa quarta-feira (21) houve operação semelhante em Porto Alegre. Policiais civis cumpriram quatro mandados no bairro Restinga, na Capital, em investigação da polícia de Santa Catarina sobre um grupo que aplicava também o golpe dos nudes, mas, neste caso, usando nomes de delegados catarinenses. Até o momento, a polícia acredita que se trate de quadrilhas diferentes e que não haja relação direta entre estes casos e o grupo investigado pelo inquérito goiano.