O delegado regional de São Gabriel, Luís Eduardo Sandim Benites, disse que o jovem Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, cujo corpo foi encontrado na sexta-feira (19) no município da Fronteira Oeste, pode ter sofrido agressões dos três policiais militares envolvidos no caso. Ele concedeu entrevista ao Gaúcha Mais, nesta terça-feira (23), sobre as investigações a respeito da morte de Gabriel. Com base em elementos reunidos no inquérito, a prisão preventiva dos PMs foi solicitada pela Polícia Civil.
— Por óbvio, há situações que apontam a existência de agressões. Se não houvesse essas evidências, certamente nem haveria inquérito policial. Se a defesa tem uma ideia diferente a respeito dos fatos, ela também pode apresentar os fatos para a autoridade policial — comenta o delegado.
Benites comentou a respeito dos tipos de elementos sobre os quais a investigação está se debruçando. Eles são testemunhais e periciais, trabalhados sobre os veículos, como no caso da localização das viaturas. Quanto a elementos periciais referentes às possíveis agressões a Gabriel, estão a cargo do Instituto-Geral de Perícias (IGP), e os trabalhos ainda não foram finalizados.
Perguntado sobre a existência de exame de corpo de delito nos soldados Raul Veras Pedroso e Cléber Renato Ramos de Lima e do segundo-sargento Arleu Júnior Cardoso, presos por determinação da Justiça Militar, o delegado diz desconhecer a realização dos mesmos, caso tenham sido feitos pela Brigada Militar (BM).
Benites também comentou a motivação por trás da solicitação de prisão preventiva dos três envolvidos por parte da Polícia Civil.
— Houve algumas questões que não ficaram claras no depoimento dos investigados. Elas geraram uma medida cautelar por parte da Polícia Civil — diz Benites.
Com a decisão pela prisão preventiva por parte da Justiça, a Polícia Civil tem 10 dias para conclusão do inquérito.