Uma operação conjunta entre Polícia Civil, Brigada Militar e Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu, na manhã desta terça-feira (12), 17 suspeitos na região de Passo Fundo e Soledade, no norte do Estado. Segundo a investigação, o grupo teria como alvo para a venda de drogas caminhoneiros de todo o país.
Foram cumpridos 24 mandados de busca e 12 de prisão preventiva, além do bloqueio judicial de 20 contas bancárias. Entre os presos, há 10 detidos preventivamente, seis em flagrante e um estava foragido. A ação contou com cerca de 120 agentes das três instituições.
O titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo, delegado Diogo Ferreira, diz que seguem as investigações a mais suspeitos. Durante o período de apuração, foram apreendidos 370 quilos de maconha com um dos integrantes desta organização criminosa, no mês passado.
Segundo o policial, essa apreensão ajudou a identificar vários envolvidos na venda de entorpecentes, mas também em um esquema que inclui tráfico ilegal de armas e lavagem de dinheiro.
Ferreira ressalta que esta é a segunda fase da operação, que totaliza 25 detidos e cerca de R$ 1 milhão apreendido. Nas ações anteriores, nos últimos dois anos, foram presos criminosos ligados à facção que atuavam no comércio e na distribuição de drogas, com subdivisões em diversas cidades do Estado e comando de dentro do sistema penal gaúcho.
— Havia um primeiro escalão e um segundo escalão de lideranças. O segundo escalão tinha o costume de anotar todas transações de armas, munição e drogas em um caderno evidenciando grande poderio bélico e financeiro da organização. Fato demonstrado na análise dos dados telemáticos dos investigados — explica o delegado.
Caminhoneiros
Fato que chamou a atenção da investigação foi que este grupo desarticulado nesta terça-feira tinha como maioria dos clientes usuários de uma mesma profissão. Segundo Ferreira, eram caminhoneiros que compravam cocaína desta quadrilha. O grupo se especializou neste tipo de venda, ou seja, teria virado uma espécie de referência para motoristas do Estado e de outras partes do país.
Os motoristas, que eram usuários de drogas, entravam em contato com a liderança do segundo escalão do grupo — quando passavam pela região de Passo Fundo — e pediam, em média, cinco gramas de cocaína. Havia até telentrega da droga em pontos de rodovias e em postos de combustíveis.