Uma funcionária de uma fábrica em Esteio foi assassinada na manhã desta sexta-feira (11) pelo ex-companheiro. Os dois trabalhavam no mesmo local e o crime ocorreu na troca de turno de ambos. O homem, de 28 anos, foi preso em flagrante pela Brigada Militar (BM).
Elizabete Viegas da Silva, 49 anos, foi atingida por pelo menos quatro golpes de faca quando ingressava no local de trabalho, situado na Avenida Independência, via lateral da BR-116, no bairro Novo Esteio. Ela morava em Sapucaia do Sul.
O feminicídio ocorreu em frente a alguns funcionários da empresa. Eles impediram a fuga do assassino e acionaram a BM. Rapidamente, policiais chegaram ao local e conseguiram prender o criminoso em flagrante. Ele foi encaminhado para a delegacia da cidade para depoimento.
A titular do distrito policial, delegada Luciane Bertoletti, está ouvindo o homem e, por enquanto, relata que ele alegou estar transtornado no momento do crime. Ele havia saído da fábrica, foi em casa, também em Sapucaia do Sul, pegou uma faca e voltou ao local de trabalho.
— Ele a cumprimentou hoje (sexta-feira), foi ignorado e se revoltou. Foi até em casa e buscou uma faca e cometeu o feminicídio, atingindo a vítima pelas costas com golpes de faca. Em janeiro deste ano, o investigado disse que começou a ter pensamentos de matar a vítima — explica Luciane.
Inclusive, segundo a polícia, o preso teria solicitado por duas vezes a demissão da fábrica, mas teve o pedido negado e, além disso, buscava apoio psicológico e tomava medicamentos. A delegada destaca que, ao contrário da maioria dos suspeitos de feminicídios no RS, o investigado não fazia ameaças e respeitava o distanciamento estabelecido pela Justiça. A vítima tinha uma medida protetiva contra o autor do crime, contudo, eles se viam diariamente durante a troca de turno.
Luciane diz que familiares da vítima já foram avisados e a perícia foi acionada. O casal terminou em novembro do ano passado um relacionamento de cinco meses. A mulher tinha três filhas de outro relacionamento. São duas adolescentes gêmeas de 15 anos e uma jovem de 21 anos.
A vítima era funcionária há dez anos da fábrica. O criminoso trabalhava há oito, era considerado ciumento e possessivo. A delegada Luciane diz que colegas dele teriam afirmado que o preso terminou outros relacionamentos no local de trabalho justamente devido a esses problemas. Ele só possuía a medida restritiva como antecedente policial.