O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP) denunciou a mãe e o padrasto do menino João Vicente, três anos, morto no início de fevereiro, em Taquari, por homicídio triplamente qualificado: motivo fútil, mediante lesão corporal e tortura, e sem chance de defesa para a criança.
Na mesma denúncia, o promotor André Eduardo Schröder Prediger, responsável pelo caso, pediu a prisão da mãe da criança, pois, conforme o processo, ela tinha conhecimento da atitude do companheiro, não fez nada para encerrar o ciclo de agressões e acobertava as lesões anteriores à morte do menino. Cabe agora ao Tribunal de Justiça aceitar ou não a denúncia feita pelo MP.
Segundo a ação, após a prisão do padrasto do menino, Josuel Cardozo Bergenthal, 25 anos, em Taquara, a mãe da criança voltou para casa e limpou todos os vestígios do crime, atrapalhando o trabalho da perícia no local da morte. Era também de conhecimento da mãe, de acordo com o MP, que Josuel não desejava conviver com os filhos do relacionamento anterior dela, exigindo que fosse feita uma escolha entre ficar com ele ou com as crianças.
A defesa de Josuel, que confessou o crime, emitiu uma nota repudiando as acusações e reforçando a inocência dele, alegando que o laudo pericial demonstra isso de forma clara. Ao fim da nota, os representantes manifestam condolências aos familiares, amigos e pessoas da convivência de João Vicente.
A reportagem de GZH tentou contato com a defesa da mãe de João Vicente, porém, as ligações não foram atendidas nem as mensagens, respondidas.
Relembre o caso
João Vicente foi morto em 3 de fevereiro, em Taquari, e a prisão preventiva de Josuel foi decretada um dia depois. O padrasto da criança alegou ter cometido o crime porque o choro da criança o irritava.
Bergenthal e a mãe do menino são de Canoas e, há menos de um mês, haviam se mudado para Taquari. O padrasto contou que espancou a criança em um momento de extrema irritação e chegou a dar banho no menino para tentar acordá-lo, após cometer as agressões.
A mãe relatou que havia deixado a criança com o padrasto em casa e, quando retornou, o menino estava deitado no quarto, com sinais de ferimentos e já desacordado.