Na noite desta sexta-feira (21), ocorreu um princípio de motim na Penitenciária Modulada de Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Conforme a Brigada Militar, a rebelião começou às 20h, com presos ateando fogo em colchões e roupas, após haver limitação de visitas, que impede familiares de levarem mantimentos aos detentos.
O motim foi controlado com intervenção da Susepe, do 1º Batalhão de Área de Fronteira, do 6º Batalhão da Polícia de Choque e do Corpo de Bombeiros, que apagaram o fogo.
Três presos e um servidor precisaram ser atendidos por passarem mal devido à inalação de fumaça. Outros dois detentos foram alvejados por bala antimotim da Susepe — os agentes que foram recebidos com água quente e materiais que colocavam fogo.
O princípio de motim ocorreu nos seis módulos da penitenciária, que contabiliza cerca de 700 presos.
Sindicato cita falta de efetivo
O presidente Sindicato dos Servidores Penitenciários (Amapergs), Saulo Felipe Basso dos Santos, afirma que o motim ocorrido na penitenciária de Uruguaiana ocorreu devido à falta de efetivo. Segundo ele, detentos se rebelaram quando teriam sido informados sobre as ações previstas para o domingo (23), mais uma etapa de uma mobilização dos servidores penitenciários. Os trabalhadores reivindicam, entre outras pautas, a reposição salarial igual a que for concedida à Brigada Militar, aos Bombeiros, ao IGP e à Polícia Civil.
Conforme definido em assembleia extraordinária realizada no último dia 11, em Porto Alegre, ficou definido que a partir deste domingo não haveria entrada de visitas para os apenados. Para o dia 26 de janeiro, está prevista uma paralisação de 72 horas em que só haverá atendimento “em caso de morte”. Um documento com as 10 reivindicações do sindicato foi entregue ao governo após a assembleia extraordinária na Capital. Uma reunião conciliatória ocorreu na tarde desta sexta-feira (21), entre o sindicato e a Susepe.
O presidente da Amapergs viaja para Uruguaiana na madrugada deste sábado, para acompanhar os desdobramentos do caso.