Após cerca de 10 horas de julgamento, Doglas de Oliveira, 30 anos, foi condenado a 41 anos, cinco meses e 10 dias de prisão por estuprar, matar e ocultar o corpo da menina Ana Carolina Vinholes de Meneses Morais. O crime ocorreu em junho do ano passado em Santana da Boa Vista, no sul do Estado.
O júri começou às 10h de quinta-feira (9) e terminou pouco antes das 20h, no Fórum de Caçapava do Sul.
O réu respondeu por homicídio com quatro qualificadoras: feminicídio, asfixia, dissimulação e para assegurar a impunidade por outro crime, no caso, estupro de vulnerável. Além disso, também por ocultação de cadáver, já que escondeu o corpo da menina dentro de um roupeiro.
Doglas de Oliveira foi preso em flagrante no dia do crime. A menina foi até a casa do homem, que ficava a meia quadra de distância de onde ela morava com a mãe e o padrasto, para falar com a mãe do réu, que é costureira, mas que não estava no local.
A mãe de Ana Carolina desconfiou da demora da filha e, após 15 minutos, foi até a residência. O homem disse que a menina não estava lá, mas a mulher desconfiou e chamou a Brigada Militar. Os policiais entraram no local e encontraram o corpo de Ana Carolina dentro de um roupeiro, sem parte da roupa.
À polícia, Oliveira confessou o assassinato. Em depoimento à delegada Débora Dias, alegou ter ouvido "vozes que o mandaram matar a adolescente". O homem ainda contou que escondeu o corpo da vítima no roupeiro do quarto porque ficou nervoso ao ouvir a mãe dela batendo na porta.
Ele negou, contudo, ter estuprado Ana Carolina. No entanto, laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) confirmaram que houve abuso sexual. Foi coletado material genético dele para comparar com o que foi encontrado no cadáver.
O advogado santa-mariense Daniel Tonetto foi contratado pela família para atuar junto com o Ministério Público na acusação. Para ele, a sentença foi exemplar.
— Foi um dos crimes mais horríveis que eu atuei. O assassino em nenhum momento mostrou um pingo de piedade com a família. Sempre se mostrou frio. É evidente que essa condenação exemplar não vai trazer essa pobre vítima de volta. Todavia, traz um pouco de conforto para a família da vítima que tanto sofreu e continuará sofrendo por conta de uma brutalidade como essas — afirmou.
Oliveira não poderá recorrer do crime em liberdade. A defesa dele foi feita pela Defensoria Pública.